Por Luke Taylor, especial para o Epoch Times
BOGOTÁ, Colômbia – Três aviões militares norte-americanos pousaram na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta em 16 de fevereiro, transportando 180 toneladas de ajuda humanitária para a vizinha Venezuela, que continua a sofrer uma prolongada crise econômica, política e social.
A aeronave da Força Aérea C-17, que chegou de Miami, levou a segunda remessa de ajuda dos Estados Unidos desde que o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó rejeitou a legitimidade do líder do regime venezuelano Nicolas Maduro em 23 de janeiro, invocando a constituição para declarar-se presidente interino da nação atingida pela crise.
Guaidó usou seu novo título para obter ajuda de países ao redor do globo, mesmo que Maduro negue consistentemente a existência de uma crise humanitária, centrando a disputa internacional sobre o futuro da Venezuela em suprimentos que estão sendo armazenados atualmente em Cúcuta.
Os Estados Unidos prometeram US$ 20 milhões para aliviar o sofrimento na Venezuela, causado pela escassez generalizada de alimentos e remédios, e pela hiperinflação desenfreada, que torna inalcansável até mesmo o mais básico dos produtos.
“Este não foi o primeiro, e não será o último”, anunciou o administrador da USAID, Mark Green, à imprensa internacional, aguardando a chegada do carregamento. “Mais está a caminho.”
A última entrega de ajuda continha alimentos fortificados, kits de primeiros socorros e itens pessoais, com entregas adicionais esperadas para os próximos dias.
Três pontos
O armazém fortemente vigiado em Cúcuta é um dos três pontos onde uma tentativa será feita em 23 de fevereiro para entregar a ajuda na Venezuela. A oposição de Guaidó espera que isso crie uma barreira entre Maduro e as forças militares que continuam a apoiá-lo, apesar do descontentamento popular. Os outros dois locais são Roraima, no norte do Brasil, e a ilha caribenha holandesa de Curaçao.
Quando chegar o dia, as figuras militares enfrentarão a escolha de desobedecer as ordens de Maduro e deixar os suprimentos necessários no país passarem, ou permanecer leais a ele e bloquear a entrada da ajuda, provocando um confronto desnecessário com multidões desesperadas por comida e remédios.
Maduro, que diz que o declínio do seu país é resultado de sanções impostas pelos Estados Unidos e que os venezuelanos “não são mendigos”, está atrapalhando os esforços para entrega da ajuda usando um petroleiro e conteiners de transporte, desde 6 de fevereiro, para barricar uma ponte que seria usada para entregar os mantimentos, provocando um impasse internacional sobre a Venezuela na fronteira.
“Mais de 50 toneladas de ajuda humanitária dos Estados Unidos estão agora na Colômbia. O futuro pós-Maduro dos líderes militares na Venezuela dependerá em grande parte de permitir ou não que a ajuda chegue ao povo da Venezuela”, o senador Marco Rubio (R-Fla.) twittou sobre o bloqueio. Rubio visitou Cúcuta em 17 de fevereiro para discutir os planos de distribuição.
Mesmo com o apoio firme dos Estados Unidos, da Colômbia e do Brasil, como e se a ajuda atravessará a fronteira ainda é incerto.
Enquanto Guaidó disse que centenas de milhares de voluntários – incluindo muitos da diáspora venezuelana que vivem em toda a América Latina – se inscreveram para transportar os suprimentos através da fronteira, se eles realmente se mobilizarão em face das repercussões de uma força militar que tem sido amplamente criticada por abusos dos direitos humanos continua a ser uma questão de coragem.
Também há preocupações de que a ajuda possa ser entregue na Venezuela, mas depois distribuída de forma ineficaz ou confiscada pela Guarda Nacional, que poderia redistribuí-la ou vendê-la, prejudicando os esforços da oposição.
“Eu não acho que a Guarda Nacional irá se aproveitar dessa ajuda. Estou mais preocupado que essa ajuda não seja entregue de maneira organizada”, disse Geoff Ramsey, diretor da Venezuela no escritório de Washington na América Latina. “Uma coisa é dizer que você é o governo interino e outra é começar a prestar serviços ao povo venezuelano”.