O ativista cubano Magdiel Jorge Castro, denunciou nesta segunda-feira (19) que a Direção-Geral de Migração da Bolívia resolveu expulsá-lo do país acusando-o de supostamente alterar a “ordem pública”, embora a justificativa desse gabinete tenha sido uma série de tuítes do homem contra o regime de Cuba.
“Torno pública a notificação de expulsão contra mim do Estado Plurinacional da Bolívia… enfatizo a justificativa dada para isso e quero denunciar aqui a apresentação de uma pasta com minhas postagens no Twitter arquivadas como de costume pela SE (Segurança do Estado cubano )”, escreveu Castro na rede social, anexando fotografias do documento de Migração.
⚠️⚠️Hago pública la notificación de expulsión en mi contra del Estado Plurinacional de Bolivia… hago énfasis en la justificación esgrimida para ello y quiero denunciar aquí la presentación de una carpeta con mis publicaciones en Twitter archivadas como acostumbra la SE?? pic.twitter.com/3HiVoxQTqv
— Mag Jorge Castro?? (@mjorgec1994) December 19, 2022
Em um vídeo publicado posteriormente, Castro explicou que na sexta-feira passada foi convocado pela Migração para onde se deslocou neste dia e recebeu “uma ordem de expulsão do Estado Plurinacional da Bolívia” que deve cumprir em 15 dias úteis.
“O motivo é meu ativismo nas redes sociais contra a ditadura cubana e as violações de direitos humanos que ocorrem em meu país”, afirmou.
⚠️⚠️#Urgente. He sido expulsado del Estado Plurinacional de Bolivia en una decisión política que marca un precedente nefasto… pido a todos que compartan!!#AbajoLaDictadura pic.twitter.com/Tx1sp2pHl1
— Mag Jorge Castro?? (@mjorgec1994) December 19, 2022
Castro criticou que a Bolívia esteja “usando seus órgãos públicos para conceder a Havana o direito de expulsar um cidadão de um Estado de direito, de uma democracia como a Bolívia, por suas opiniões políticas”.
O homem considerou o ocorrido “extremamente grave”, já que o governo boliviano decidiu expulsar uma pessoa “com residência legal” e que cumpriu a Lei de Migração “em absolutamente cada um de seus artigos”.
Ele também denunciou que os funcionários da Migração com quem se encontrou lhe mostraram um arquivo com suas publicações nas redes sociais, “como o governo e a segurança do Estado costumam fazer com os ativistas em Cuba”.
“Não há uma única menção ao Estado boliviano nestas publicações, não há uma única ingerência nos assuntos internos da Bolívia, não existe. Simplesmente denuncia a violação dos direitos humanos em Cuba na qual estou plenamente convencido de ter cometido todo o direito de fazê-lo, como cidadão que é responsável, entre outras coisas, por emitir opiniões políticas sobre o que considera”, afirmou.
Castro observou que é “embaraçoso” para a democracia boliviana “que um espaço como o escritório nacional de Imigração seja usado para que o governo cubano restrinja a liberdade de expressão de seus cidadãos no exterior por meio de expulsões políticas” e considerou que isso “cria um precedente nefasto”.
Ele também exigiu uma resposta do Estado boliviano pelo ocorrido e insistiu que durante sua estada na Bolívia não violou as normas de imigração.
Nem o Ministério do Interior, do qual depende a Migração, nem o escritório nacional de Imigração se pronunciaram até agora sobre a denúncia.
O governo de Luis Arce é aliado político do ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e o presidente boliviano esteve na ilha na semana passada para participar da XXII Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA).
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