Por Paul Huang, Epoch Times
À medida que o presidente Donald Trump segura com mãos cada vez mais firmes as rédeas da política externa para defender os interesses comerciais dos Estados Unidos, um veterano especialista em assuntos da China, cujas opiniões refletem fielmente as do novo conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, sugere que expor abusos cometidos contra os direitos humanos é a melhor ferramenta para redefinir as relações com uma China hostil.
Daniel Blumenthal é diretor de Estudos Asiáticos no American Enterprise Institute. Ele assessorou anteriormente o governo dos Estados Unidos sobre temas relacionados à China por mais de uma década. Ele comentou que, embora os Estados Unidos estejam presos em uma competição estratégica com a China em todo o mundo, uma reação eficaz não pode se limitar a apenas um esforço puramente militar, mas que deve incluir uma iniciativa bem organizada de expor os abusos praticados pelo regime Comunista chinês.
“A arma número um que nunca devemos abandonar são os direitos humanos”, disse Blumenthal, que fez um discurso de abertura na Conferência do Foro Asiático SAIS 2018, em 30 de março. “[Os direitos humanos] são uma ferramenta poderosa para que os Estados Unidos possam permanecer à frente da China e ao lado dos oprimidos.”
Blumenthal observou que a perseguição contra os uigures, grupo étnico muçulmano da região chinesa de Xinjiang, praticado pelo regime chinês, é um tema que deveria ser o alvo dos esforços norte-americanos em prol dos direitos humanos. Isso poderia ajudar a desvincular as relações estratégicas da China com países de maioria muçulmana, tais como Indonésia, Malásia e os Estados do Golfo, todos os quais estão na fronteira da expansão do poder da China em nível global.
“As políticas chinesas em Xinjiang são algumas das mais opressivas contra os muçulmanos no mundo, mas pouca gente sabe disso”, disse Blumenthal, frisando que o Departamento de Estado norte-americano precisa “intensificar a concorrência” e estabelecer um centro de informação similar àqueles estabelecidos durante a Guerra Fria para destacar o mau comportamento da China.
Os comentários de Blumenthal se seguem ao anúncio do presidente Trump feito em 22 de março, quando nomeou Bolton, ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU, para substituir H. R. McMaster como assessor de Segurança Nacional a partir de 9 de abril. Bolton é membro importante do American Enterprise Institute, e suas opiniões estão estreitamente alinhadas às de Blumenthal em uma variedade de temas, particularmente no que diz respeito à política entre Estados Unidos e China.
“Nosso objetivo principal é manter a China na defensiva… para forçar o país asiático, cujo crescimento econômico está diminuindo, a escolher entre usar recursos para suprimir preocupações internas ou sair e competir com os Estados Unidos na Ásia Oriental”, disse Blumenthal.
Quando perguntado sobre que passos específicos ele gostaria que a administração Trump seguisse, Blumenthal respondeu que os Estados Unidos deveriam confrontar e expor diretamente os abusos cometidos contra os direitos humanos na China. Além disso, deveria aumentar o apoio às plataformas de informação existentes, tais como as rádios Free Asia e Voice of America, que têm fornecido ao público chinês as informações que não nunca teriam recebido através dos meios de comunicação do regime chinês.
As plataformas norte-americanas também poderiam organizar e lançar uma “Campanha Cibernética de Informação” para denunciar a corrupção dentro do regime chinês, disse Blumenthal.
Tanto Blumenthal como Bolton compartilham da opinião de que a China é a força motriz por trás do esforço da Coreia do Norte em desenvolver armas nucleares. Assim como Bolton, Blumenthal defende uma política linha dura para enfrentar o alegado apoio chinês à hostilidade norte-coreana.
“O que precisamos fazer, e que temos feito eficazmente, é assustar a China,” disse Blumenthal durante debate realizado em 5 de setembro de 2017. “A política adotada pela administração Trump neste exato momento é de vincular a Coreia do Norte como uma responsabilidade para a China, fazendo com que a China se sinta tão mal devido a suas relações com a Coreia do Norte, que em algum momento a China terá que dizer já basta.”