O governo da Argentina negou na quarta-feira (19) que tenha um “pacto de imunidade” com o ex-presidente Jair Bolsonaro para oferecer asilo político a 65 cidadãos que supostamente entraram em território argentino após os ataques de 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes em Brasília.
“Não fizemos nenhum pacto de imunidade com Bolsonaro nem nunca faremos com ninguém. É um assunto judicial. A justiça tomará as medidas correspondentes quando chegar a hora de tomá-las e nós as respeitaremos”, disse o porta-voz presidencial argentino, Manuel Adorni, em entrevista coletiva.
“Se a Justiça brasileira solicitar à Justiça argentina um determinado assunto, caberá ao sistema judiciário local decidir quais medidas serão tomadas”, acrescentou.
Questionado sobre como os acusados entraram em território argentino, Adorni garantiu que o Executivo não descobriu como eles fizeram isso.
“Não sei se houve negligência na entrada”, salientou.
No último dia 14 de junho, membros de esquerda do Parlamento do Mercosul (Parlasur) enviaram uma solicitação de “informações confiáveis” ao Ministério da Segurança da Argentina sobre a possível entrada dos cidadãos brasileiros que faziam parte de um grupo de 208 acusados indiciados pelos ataques violentos contra a sede da Presidência, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com relação à entrada dos brasileiros acusados em território argentino, um dos advogados dos fugitivos disse à Agência EFE que alguns deles já solicitaram à Comissão Nacional para os Refugiados (Conare) o reconhecimento da condição de refugiados por motivos políticos.
O governo argentino informou que, até o momento, não recebeu nenhuma comunicação do órgão responsável pela proteção e assistência aos refugiados no país.