Por Agência EFE
A Argentina iniciou no sábado(22) um confinamento total de nove dias que inclui a suspensão de todas as atividades não essenciais em áreas do país de alto risco para a segunda onda de covid-19, que está deixando um número recorde de contágios e mortes e aumentando a pressão sobre os hospitais.
O governo de Alberto Fernández estabeleceu que as pessoas devem permanecer em suas residências habituais e só podem circular nas proximidades de casa entre 6h e 18h – ou fora disso apenas por razões especialmente autorizadas – em áreas do país de “alto risco” e de “alerta” sanitário.
Também foram suspensas atividades sociais, econômicas, educacionais, religiosas e esportivas.
Só estão permitidos negócios essenciais (como alimentos, medicamentos e materiais de limpeza), e setores não essenciais só podem funcionar através de serviços de entrega ou coleta em domicílio.
“A medida é temporária”, disse a ministra da Saúde, Carla Vizzotti, à “Radio 10”, ressaltando que a situação será reavaliada após nove dias e que “medidas intermitentes” serão tomadas, se necessário.
Pior momento da Pandemia
As restrições que começam hoje aprofundam as que o governo Fernández havia implementado a partir de 9 de abril, particularmente em Buenos Aires e sua região metropolitana, porque os casos continuaram a aumentar.
A Argentina está passando por uma segunda onda da pandemia de covid-19 e, durante a semana, registrou um recorde de 39.652 contágios no período de um dia, na última quarta-feira. Com isso, 3.482.512 milhões de casos da doença foram registrados desde o início da crise sanitária, além de 73.391 mortes.
Este aumento vertiginoso nos casos coloca o sistema de saúde em tensão, com uma ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) para todos os tipos de patologias de 73,1% em todo o país e de 76,4% se consideradas apenas Buenos Aires e sua região metropolitana.
“Há cidades e províncias que hoje têm seu sistema de saúde no limite. O problema não está mais limitado a um determinado território. É muito sério, e é evidente em todo o país”, advertiu Fernández na última quinta-feira.
Em meio a essas restrições, o governo espera a chegada de novas vacinas, pois o país, com uma população de cerca de 45 milhões de habitantes, aplicou até agora aproximadamente 10,9 milhões de doses, e apenas 2,3 milhões de pessoas foram inoculadas com duas doses.
Economia e aulas
O governo argentino ampliou a ajuda estatal para proteger setores vulneráveis e empresas afetadas pelas medidas restritivas, lembrando a longa quarentena que no ano passado fez com que a economia despencasse 9,9% e levou o índice de pobreza a 42% da população.
O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, surpreendeu ao suspender as aulas presenciais e virtuais durante os três dias úteis da próxima semana para recuperá-las em dezembro, esperando por novas vacinas.
A garantia ou não das aulas presenciais diante do aumento dos contágios continua sendo parte de uma disputa pública entre Fernández e Rodríguez Larreta que chegou aos tribunais e que é discutida amplamente pela população.
Controles de tráfego
Desde a meia-noite de sábado, controles rigorosos de trânsito começaram a funcionar em rodovias e acessos à capital argentina, além de em estações ferroviárias, de metrô e terminais de ônibus. Transportes de longa distância só podem ser utilizados por trabalhadores de setores essenciais.
O fechamento das fronteiras para o turismo foi prorrogado até 11 de junho, assim como a suspensão dos voos de e para o Reino Unido e para os de origem em Brasil, Chile, México e Índia.
Entre para nosso canal do Telegram.
Veja também: