Argentina inicia novo confinamento em meio a seu pior momento na pandemia

23/05/2021 12:40 Atualizado: 23/05/2021 12:40

Por Agência EFE

A Argentina iniciou no sábado(22) um confinamento total de nove dias que inclui a suspensão de todas as atividades não essenciais em áreas do país de alto risco para a segunda onda de covid-19, que está deixando um número recorde de contágios e mortes e aumentando a pressão sobre os hospitais.

O governo de Alberto Fernández estabeleceu que as pessoas devem permanecer em suas residências habituais e só podem circular nas proximidades de casa entre 6h e 18h – ou fora disso apenas por razões especialmente autorizadas – em áreas do país de “alto risco” e de “alerta” sanitário.

Também foram suspensas atividades sociais, econômicas, educacionais, religiosas e esportivas.

Só estão permitidos negócios essenciais (como alimentos, medicamentos e materiais de limpeza), e setores não essenciais só podem funcionar através de serviços de entrega ou coleta em domicílio.

“A medida é temporária”, disse a ministra da Saúde, Carla Vizzotti, à “Radio 10”, ressaltando que a situação será reavaliada após nove dias e que “medidas intermitentes” serão tomadas, se necessário.

Pior momento da Pandemia

As restrições que começam hoje aprofundam as que o governo Fernández havia implementado a partir de 9 de abril, particularmente em Buenos Aires e sua região metropolitana, porque os casos continuaram a aumentar.

A Argentina está passando por uma segunda onda da pandemia de covid-19 e, durante a semana, registrou um recorde de 39.652 contágios no período de um dia, na última quarta-feira. Com isso, 3.482.512 milhões de casos da doença foram registrados desde o início da crise sanitária, além de 73.391 mortes.

Este aumento vertiginoso nos casos coloca o sistema de saúde em tensão, com uma ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) para todos os tipos de patologias de 73,1% em todo o país e de 76,4% se consideradas apenas Buenos Aires e sua região metropolitana.

“Há cidades e províncias que hoje têm seu sistema de saúde no limite. O problema não está mais limitado a um determinado território. É muito sério, e é evidente em todo o país”, advertiu Fernández na última quinta-feira.

Em meio a essas restrições, o governo espera a chegada de novas vacinas, pois o país, com uma população de cerca de 45 milhões de habitantes, aplicou até agora aproximadamente 10,9 milhões de doses, e apenas 2,3 milhões de pessoas foram inoculadas com duas doses.

Economia e aulas

O governo argentino ampliou a ajuda estatal para proteger setores vulneráveis e empresas afetadas pelas medidas restritivas, lembrando a longa quarentena que no ano passado fez com que a economia despencasse 9,9% e levou o índice de pobreza a 42% da população.

O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, surpreendeu ao suspender as aulas presenciais e virtuais durante os três dias úteis da próxima semana para recuperá-las em dezembro, esperando por novas vacinas.

A garantia ou não das aulas presenciais diante do aumento dos contágios continua sendo parte de uma disputa pública entre Fernández e Rodríguez Larreta que chegou aos tribunais e que é discutida amplamente pela população.

Controles de tráfego

Desde a meia-noite de sábado, controles rigorosos de trânsito começaram a funcionar em rodovias e acessos à capital argentina, além de em estações ferroviárias, de metrô e terminais de ônibus. Transportes de longa distância só podem ser utilizados por trabalhadores de setores essenciais.

O fechamento das fronteiras para o turismo foi prorrogado até 11 de junho, assim como a suspensão dos voos de e para o Reino Unido e para os de origem em Brasil, Chile, México e Índia.

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