Argentina e Irã se inscreveram para se tornarem membros do grupo de economias emergentes conhecido como BRICS, segundo autoridades.
O BRICS inclui as principais economias de mercado emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e é um acrônimo para essas nações em desenvolvimento, que representam 42% da população mundial e 24% do produto interno bruto global.
A adesão do Irã ao grupo BRICS “resultaria em valores agregados para ambos os lados”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, na segunda-feira (23), segundo a agência de notícias Tasnim. Khatibzadeh observou que, embora o BRICS não seja um bloco de tratado, ele possui um “mecanismo muito criativo com aspectos amplos”.
O porta-voz do Itamaraty acrescentou que Teerã já teve “uma série de consultas” com o BRICS sobre o pedido.
A ideia do grupo foi formulada pela primeira vez pelo economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O’Neill, em um estudo de 2001 intitulado “Building Better Global Economic BRICs” (pdf).
De acordo com o site oficial do governo sul-africano, os países do BRICS triplicaram sua participação no PIB global nos últimos 15 anos e o grupo visa “promover paz, segurança, desenvolvimento e cooperação”.
“Também visa contribuir significativamente para o desenvolvimento da humanidade e estabelecer um mundo mais equitativo e justo”, segundo as autoridades.
Em uma declaração separada na segunda-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a Argentina também se inscreveu para ingressar no grupo.
Na esperança de se tornar um membro
“Enquanto a Casa Branca pensava no que desconectar, banir ou estragar no mundo, Argentina e Irã se inscreveram para ingressar no BRICS”, escreveu Zakharova no aplicativo de mensagens Telegram.
Não foi possível contatar autoridades argentinas para comentários imediatos.
No entanto, o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, que atualmente está na Europa, disse em uma reunião do BRICS+ em 24 de junho, que seu país espera se tornar um membro pleno da associação.
“Estamos entusiasmados com a perspectiva de coordenar políticas que aprimorem a agenda dos países do sul global”, disse Fernandez.
“Somos fornecedores de alimentos seguros e responsáveis, reconhecidos na área de biotecnologia e tecnologia logística aplicada. Isso significa que não somos apenas capazes de produzir e exportar alimentos. Também sabemos prestar serviços e formar especialistas para que outros países possam aumentar sua eficiência produtiva e assim melhorar a qualidade de vida de seus habitantes”, acrescentou Fernandez. “Aspiramos a ser membros plenos deste grupo de nações.”
Durante esse encontro virtual, que contou com a presença do presidente russo, Vladimir Putin, o líder argentino também pediu “paz na Ucrânia”, enquanto outras nações do BRICS pediram a retomada das negociações entre Moscou e Kiev.
“Também discutimos nossas preocupações sobre a situação humanitária dentro e ao redor da Ucrânia e expressamos nosso apoio aos esforços do secretário-geral da ONU, das agências da ONU e do CICV [Comitê Internacional da Cruz Vermelha] para fornecer assistência humanitária”, disse o grupo. em declaração conjunta.
‘Ações egoístas de Estados individuais’
China, Índia e África do Sul já se abstiveram de votar em uma resolução das Nações Unidas pedindo o fim da invasão da Ucrânia pela Rússia.
“Somente com base na cooperação honesta e mutuamente benéfica podemos buscar saídas para a situação de crise que se desenvolveu na economia global devido às ações imprudentes e egoístas de estados individuais, que, usando mecanismos financeiros, estão realmente transferindo seus próprios erros de política macroeconômica para o resto do mundo”, disse Putin durante a reunião virtual do BRICS.
“Estamos confiantes de que hoje, como nunca antes, o mundo precisa da liderança dos países do BRICS na definição de um curso unificador e positivo para a formação de um sistema verdadeiramente multipolar de relações interestatais com base nas normas universais do direito internacional e os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas.”
A Reuters contribuiu para esta notícia.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: