Por Alicia Marquez
O governo argentino está buscando o apoio da Rússia e da China devido à grave crise econômica que vive, que se aprofundou como resultado da pandemia e das políticas restritivas implementadas pelo presidente, Alberto Fernández, relatou o especialista, observando que tal ação daria um oportunidade para a Rússia se expandir no hemisfério.
“Na Argentina eles estão enfrentando uma crise cíclica, os argentinos afirmam que é cíclica – que a cada determinado período vem uma crise, uma grande desvalorização, uma grande inflação e eles precisam se reestruturar”, afirmou René Bolio Halloran, presidente do Conselho Hemisférico pela Frente para a Liberdade, à NTD.
“Mas se somarmos toda a conduta que o presidente Alberto Fernández teve, em relação a COVID-19, em relação à economia (…), foram medidas muito infelizes para a economia e para a sociedade argentina”, acrescentou.
O especialista destacou que o governo Fernández implementou o fechamento absoluto das fronteiras, gerando uma grave crise de oferta e inflação, além de aplicar impostos de exportação em questões agrícolas, juntamente com uma desvalorização do peso argentino.
Acrescentando que o presidente argentino preferiu se inclinar para “uma esquerda bolivariana, apoiando Cuba, Nicarágua, Venezuela, aliando-se ao México em várias medidas e distanciando-se dos Estados Unidos e da Europa”, portanto, Bolio afirma que a Argentina “precisa de apoio, o FMI (Fundo Monetário Internacional) já possui uma exigência de pagamento muito séria, porque a dívida argentina não está sendo paga e então Alberto Fernández decide se voltar para o Oriente (…) para a Rússia e China”.
Bolio indica que a Argentina, por meio de sua reaproximação com Rússia e China, busca “fugir de suas responsabilidades” pela dívida que tem com o FMI, e “busca uma saída internamente [já que] internamente possui uma queda terrível na percepção de seu governo” por parte do povo argentino.
“Voltar-se à Rússia e dizer sim, você é bem-vinda a entrar no meu país e do meu país para entrar na América Latina, é uma manifestação muito clara do que Alberto Fernández quer fazer – desconsiderar suas responsabilidades e procurar culpar aqueles que procuram ter influência neste hemisfério”, acrescentou.
Por isso, Bolio considera que essa mudança de rumo nas relações com a Argentina é uma oportunidade na estratégia geopolítica para nações totalitárias como Rússia e China.
Em meio às tensões entre a Rússia e os Estados Unidos em relação à Ucrânia, no início de janeiro o vice-ministro das Relações Exteriores de Moscou, Sergei Ryabkov, afirmou que a Rússia não confirma ou descarta um destacamento militar em Cuba e na Venezuela se as tensões com a Ucrânia aumentarem
Bolio acrescentou que uma interferência russa na América Latina seria uma distração para o governo dos EUA deixar de lado o conflito entre Rússia e Ucrânia.
“A Rússia está fazendo isso para ampliar seu espectro geopolítico e também buscar novas mudanças no combate com os Estados Unidos, sendo o que está acontecendo hoje com a Ucrânia com a possível ameaça que Putin está fazendo de invadir a Ucrânia e também com a questão de Taiwan, onde a China está colocando seus olhos, suas armas e suas intenções novamente na ilha”.
Bolio afirma que a Argentina está tentando resolver seus problemas financeiros a um custo ainda maior.
“Vimos que a China praticamente comprou por vários métodos pequenos países africanos, asiáticos; e hoje a Argentina levanta a mão e diz: ‘Bem, estou disponível’” e explica que “eles também têm um problema financeiro interno e externo tão grave e se colocam à disposição da China e da Rússia”.
Com informações da NTD Espanhola.
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