A Argentina retirou sua delegação da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que está sendo realizada em Baku, no Azerbaijão. A decisão foi tomada por ordem direta do presidente argentino, Javier Milei, e foi interpretada como uma posição firme contra as políticas climáticas promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Milei critica as políticas internacionais de combate às mudanças climáticas, argumentando que são parte de uma agenda “socializante” imposta pela ONU e que busca interferir nas soberanias nacionais.
Funcionários da Secretaria de Ambiente e da Chancelaria, que estavam em Baku participando das negociações, receberam instruções diretas para retornar ao país.
“O sistema climático não deve se tornar uma imposição de regras e compromissos aplicados igualmente a todos os países, pois isso vai contra os princípios fundadores da Convenção-Quadro e de seu Acordo de Paris”, escreveu a delegação argentina.
“Como afirmou o presidente Javier Milei perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, a República Argentina rejeita a imposição de regulações e proibições promovidas justamente pelos países que se desenvolveram fazendo as mesmas coisas que agora criticam.
Nosso país sustenta que é imprescindível que todas as considerações relativas à questão climática se baseiem nos avanços científicos fundamentados em evidências sólidas, sem qualquer tipo de dogmatismo”, dizia o discurso escrito que não foi lido pelo país.
A participação da Argentina na cúpula já era tímida, e as intervenções do país foram mínimas, sem grande relevância nos debates sobre metas de redução de emissões de carbono e outras medidas ambientais.
Com a saída da delegação argentina, a visão do país se distancia ainda mais do da visão majoritária dos líderes globais sobre a importância das ações climáticas conjuntas.
A decisão de Milei reflete seu compromisso com uma agenda política que prioriza a autonomia nacional sobre as pautas multilaterais. Para Milei, o foco do governo deve ser o crescimento econômico, a redução do estado e a promoção de políticas de livre mercado.
Ele frequentemente menciona que o combate ao aquecimento global não é uma prioridade para seu país, que se recupera de crises inflacionárias e de produção, considerando um tema exagerado por interesses externos que desejam impor regulações.