O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, fechou nesta sexta-feira a porta à proposta do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de normalizar as relações bilaterais até que a “questão palestina” e a solução de dois Estados para Israel e Palestina sejam abordadas.
“Foi interessante ver que o primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu, em uma declaração bastante longa, não mencionou a Palestina ou os palestinos nenhuma vez. E esse é exatamente o problema, porque sem abordá-lo, não será possível alcançar uma possível paz e estabilidade regional”, disse o ministro das Relações Exteriores saudita antes de entrar no Conselho de Segurança da ONU.
Netanyahu não fez nenhuma alusão a um possível cessar-fogo em Gaza ou no Líbano durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU hoje, mas procurou a Arábia Saudita para estabelecer relações pacíficas e apontou o Irã – um inimigo comum dos dois países – como o principal perigo no Oriente Médio.
“Que bênçãos a paz com a Arábia Saudita poderia trazer (…) Essa paz seria um marco histórico, traria reconciliação entre árabes e israelenses, islamismo e judaísmo, Meca e Jerusalém”, disse o primeiro-ministro israelense.
Os países dos chamados “Acordos de Abraão”, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bahrein – e anteriormente o Egito e a Jordânia -, todos os quais assinaram tratados de reconhecimento de Israel, já aderiram a essa possível aliança com o Estado de Israel.
“Entendemos a questão palestina de acordo com a lei internacional, contando com a formação de um Estado palestino. Isso de fato abrirá o horizonte, não apenas para a normalização, mas também para a integração e a cooperação. Novamente, sem abordar a questão palestina, isso não acontecerá”, enfatizou o representante saudita.
Faisal bin Farhan Al Saud, que atuou como porta-voz depois de uma cúpula árabe-islâmica extraordinária sobre Gaza à margem das Nações Unidas, disse que “as armas não vão resolver nada” e que o primeiro passo que Israel deve dar é aceitar um cessar-fogo em Gaza e no Líbano para “caminhar em direção à paz na região”.