A embaixadora da Arábia Saudita nos Estados Unidos, princesa Reema bint Bandar Al Saud, declarou nesta quinta-feira, no Fórum de Davos, que seu país está disposto a normalizar as relações diplomáticas com Israel, mas somente se houver um cessar-fogo na Faixa de Gaza e um caminho para um Estado palestino independente.
“O reino tem estendido continuamente uma mão para a paz”, disse a diplomata em uma sessão dedicada à Arábia Saudita, quando perguntada sobre a possível normalização com Israel, mas observou que, por outro lado, carrega “a responsabilidade do povo palestino, uma responsabilidade levada muito a sério”.
A chanceler destacou que essa paz, de acordo com a política do reino saudita, virá se houver um “caminho irrevogável” que leve a um Estado palestino independente, bem como “um cessar-fogo” na Faixa de Gaza.
“O reino tem sido muito claro: enquanto houver violência no local e a matança persistir, não podemos falar sobre o dia seguinte. A situação precisa ser resolvida imediatamente”, disse a primeira mulher embaixadora na Arábia Saudita, nomeada há quase cinco anos.
Segundo ela, os palestinos merecem “essa soberania” e que é preciso voltar às “raízes da ocupação”, há 75 anos, para entender a violência que se espalhou.
A princesa também condenou o ataque do grupo terrorista islâmico Hamas em 7 de outubro, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas em território israelense, e “o constante ‘choque’ diário para os homens e mulheres na Faixa de Gaza”.
Na quarta-feira, o presidente de Israel, Isaac Herzog, incentivou em Davos “todas as partes a discutir essa normalização com a Arábia Saudita, algo que poderia mudar as regras do jogo depois de medidas semelhantes tomadas corajosamente pelo Egito, Jordânia, Emirados Árabes, Marrocos e Bahrein”.