Tim Cook, o CEO da Apple, citou o pacote da reforma tributária do presidente estadunidense Donald Trump como a força motivadora dos planos do gigante tecnológico para um enorme investimento de US$ 350 bilhões na economia dos EUA.
A Apple anunciou na terça-feira que repatriará a grande maioria de seus US$ 250 bilhões em dinheiro no exterior para os Estados Unidos e investirá os fundos na economia americana. A empresa planeja adicionar 20 mil postos de trabalho, construir um novo campus numa cidade dos EUA e investir na próspera economia de aplicativos criada por meio do mercado iOS.
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A grande repatriação de dinheiro é possível por causa de uma provisão na lei de reforma fiscal de Trump que permite que as empresas com dinheiro de lucros estrangeiros tragam o dinheiro para casa com uma taxa de imposto mais baixa. A Apple pagará uma estimativa de US$ 38 bilhões em impostos como resultado.
Numa entrevista com a ABC, Cook explicou que, embora existam outros fatores contribuintes, “grandes partes” do investimento planejado são o resultado da lei de corte de impostos de Trump.
“Eu acredito que o lado do imposto corporativo resultará na criação de emprego e numa economia de crescimento rápido”, disse Cook à ABC. “Há grandes partes disso que é o resultado da reforma tributária, e há outras partes disso que teríamos feito em qualquer situação.”
Trump foi ao Twitter na quarta-feira para celebrar o anúncio.
“Eu prometi que minhas políticas permitiriam que empresas como a Apple trouxessem grandes quantidades de dinheiro de volta aos Estados Unidos”, escreveu o presidente. “Ótimo para a Apple seguir como resultado dos CORTES DE IMPOSTOS. Grande vitória para os trabalhadores americanos e os EUA!”
A Apple disse que gastará US$ 30 bilhões em ativos fixos, como terra, negócios e equipamentos. A empresa investirá US$ 10 bilhões adicionais em centros de dados. A Apple já possui centros de dados em sete estados, incluindo Carolina do Norte, Oregon, Nevada e Arizona, de acordo com um comunicado de imprensa.
A repatriação de dinheiro da Apple já bateu uma estimativa da Goldman Sachs quanto ao valor do dinheiro que seria trazido de volta aos Estados Unidos por todas as empresas S&P 500 como resultado da reforma tributária.
A Goldman Sachs estimou que US$ 920 bilhões em lucros não tributados são mantidos no exterior pelas empresas S&P 500 e que US$ 250 bilhões seriam repatriados como resultado da reforma tributária de Trump, de acordo com o Business Insider.
Tendo em conta todas as empresas baseadas nos EUA, US$ 2,5 trilhões em dinheiro não tributado estariam sentados no estrangeiro, de acordo com o Citigroup.
“O que temos defendido por algum tempo é a capacidade de trazer isso de volta sem uma enorme penalidade”, disse Cook sobre o repatriamento. “Sempre nos sentimos confortáveis ao pagar muito nos impostos, apenas não uma quantidade enorme.”
Atualmente, a Apple contrata 84 mil pessoas nos EUA. A empresa diz que é responsável por um total de 2 milhões de empregos no país. Cada produto da Apple tem algumas peças fabricadas nos Estados Unidos que vêm de seus 9 mil vendedores em todos os 50 estados.
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