Após receber certidão de óbito de Navalny, oposição acusa Putin de tê-lo matado

Por Agência de Notícias
18/02/2024 00:15 Atualizado: 18/02/2024 00:15

Putin o matou”, denunciou a equipe do falecido opositor russo, Alexei Navalny, depois que sua mãe recebeu, neste sábado, a certidão de óbito das autoridades penitenciárias.

“Os familiares e o advogado de Navalny receberam a confirmação oficial da morte de Alexei. (O presidente russo, Vladimir) Putin o matou”, escreveu Kira Yarmysh, porta-voz da oposição, na sua conta na rede social X, ex-Twitter.

Kira especificou que o opositor morreu às 14h17 (horário local, 6h17 de Brasília), duas horas antes do anúncio oficial feito pelos serviços penitenciários.

“Os funcionários da prisão relataram que o corpo de Navalny está em Salekhard. Os investigadores do Comitê de Investigação o levaram embora. Agora, estão realizando ‘exames'”, disse.

A porta-voz acrescentou: “Exigimos que o corpo de Alexei Navalny seja imediatamente entregue à sua família”.

A mãe, Liudmila Navalnaya, chegou esta manhã à prisão do Ártico, onde seu filho morreu repentinamente ontem, embora seus correligionários e as chancelarias ocidentais acusem o Kremlin de assassinato.

Segundo a “Radio Liberty”, Liudmila Navalnaya voou esta manhã de Moscou para a cidade de Salekhard, no distrito autônomo de Yamalo-Nenets.

Em seguida, a mãe viajou de carro até a cidade de Jarp, onde fica a prisão IK-3, para onde seu filho foi transferido em dezembro do ano passado.

Liudmila Navalnaya, que garantiu não querer receber condolências, esteve com o opositor naquele mesmo local no dia 12 de fevereiro.

“Ele estava saudável e feliz por estar vivo”, escreveu a mãe do político no Facebook, ontem.

A oposição, a imprensa russa independente e as Chancelarias ocidentais acusaram em uníssono o líder russo de ordenar o assassinato de Navalny, o inimigo número um do Kremlin durante 15 anos.

Navalny, que cumpria pena de quase 30 anos de prisão, foi transferido para a nova penitenciária depois de anunciar uma campanha contra a reeleição de Putin nas eleições presidenciais de março.

O porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, considerou as acusações feitas pelo Ocidente “inaceitáveis” antes de serem conhecidos os resultados da autópsia.