Após fugir da Venezuela, deputado diz que Maduro está “cada vez mais isolado”

Pizarro disse acreditar que Maduro não mudará sua política, "pois quem assassina para manter-se no poder carece de sensibilidade para se corrigir"

05/07/2019 19:18 Atualizado: 05/07/2019 19:18

Por Agência EFE

O deputado opositor venezuelano Miguel Pizarro, que na semana passada fugiu clandestinamente do seu país e nesta sexta-feira deu uma entrevista coletiva em Genebra, comemorou o relatório da ONU que documentou graves violações de direitos humanos por parte do regime de Nicolás Maduro, o qual vê cada vez mais isolado.

“Hoje vimos Rússia e China marcar certa distância a respeito do governo da Venezuela, e com isso fica claro que, à medida que se desnuda o regime, este fica mais isolado”, afirmou Pizarro após presenciar o debate sobre o relatório, apresentado pela alta comissária Michelle Bachelet no Conselho de Direitos Humanos.

“Temos certeza que Maduro vai sair do poder e que teremos a democracia que merecemos”, acrescentou o jovem político, que planeja fazer uma excursão por diferentes cidades europeias para denunciar a política do regime venezuelano em distintos fóruns.

No último dia 14 de maio, Pizarro foi acusado junto a outros deputados da Assembleia Nacional de “trair a pátria e instigar a rebelião”, após o que passou um mês e meio na clandestinidade para evitar ser detido e na semana passada cruzou a fronteira do seu país por via terrestre.

O deputado, que este ano presidiu a comissão para controlar a chegada de ajuda humanitária à Venezuela, ressaltou que após a publicação do relatório da ONU já não é apenas a oposição do seu país que denuncia violações de direitos humanos, “mas também uma instituição independente com um mandato claro”.

No entanto, Pizarro disse acreditar que o relatório não mudará a política de Maduro, “pois quem assassina para manter-se no poder carece de sensibilidade para se corrigir”.

Por outro lado, o deputado manifestou sua esperança de que as denúncias das Nações Unidas tenham efeitos nos comandantes e nas forças armadas do país.

“Quem quer que na Venezuela haja uma vida depois deste episódio trágico na nossa história hoje deve entender a magnitude do que está ocorrendo”, declarou Pizarro aos jornalistas.