O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta sexta-feira (26) que a acusação de genocídio contra seu país investigada pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) “não é apenas falsa, é escandalosa”, embora tenha celebrado o fato de o tribunal de Haia não ter ordenado a cessação imediata das hostilidades.
“Como todos os países, Israel tem o direito básico à autodefesa. O tribunal de Haia rechaçou corretamente a escandalosa exigência de nos privar deste direito”, disse Netanyahu após conhecer a decisão da CIJ sobre as medidas provisórias exigidas pela África do Sul.
No âmbito do caso apresentado pela África do Sul, que acusou o Estado israelense de ter “intenções genocidas” em Gaza, a CIJ exigiu que Israel tome todas as medidas ao seu alcance para evitar um genocídio na Faixa de Gaza e adote medidas para permitir o acesso à assistência humanitária, embora tenha evitado pedir um cessar-fogo como medida cautelar.
“A tentativa vil de negar a Israel este direito fundamental à autodefesa é uma discriminação flagrante contra o Estado judeu e foi justamente rejeitada”, acrescentou Netanyahu, que frisou o “compromisso inabalável” de Israel com o direito internacional.
Nesse sentido, assegurou que Israel continuará a defender-se do Hamas, o qual definiu como uma “organização terrorista e genocida”.
“Nunca mais”, bradou Netanyahu, repetindo o lema do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que é lembrado amanhã.
“Em 7 de outubro, o Hamas perpetrou as atrocidades mais horríveis contra o povo judeu desde o Holocausto, e promete repetir estas atrocidades uma e outra vez. A nossa guerra é contra os terroristas do Hamas, não contra os civis palestinos”, comentou.
O primeiro-ministro também expressou o compromisso de Israel em facilitar assistência humanitária à Faixa de Gaza, onde mais de 26 mil pessoas morreram em 111 dias de guerra, segundo as autoridades do enclave, e em manter os civis fora de perigo, ao mesmo tempo que acusou o Hamas de usar estes como escudos humanos.
“Estamos travando uma guerra justa e continuaremos até a vitória total, até vencermos”, insistiu.