Por EFE
São Francisco (EUA), 15 jun – O fundador e CEO da Amazon, Jeff Bezos, está disposto a testemunhar na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos em meio à investigação de supostas práticas monopolistas, de acordo com uma carta de seu advogado para os congressistas divulgada nesta segunda-feira.
A pressão sobre a Amazon por parte dos órgãos reguladores e legislativos de todo o mundo por supostamente abusar de sua posição dominante no mercado de comércio on-line se intensificou desde o início da pandemia da Covid-19 e o aumento sem precedentes de seus negócios.
No entanto, até agora, a empresa de Seattle vinha relutando em ter seu gestor, o homem mais rico do mundo, segundo a revista “Forbes”, se reportando à Câmara dos Deputados, que vem realizando uma investigação desde o ano passado.
“(Amazon) Compromete-se a cooperar com sua investigação e disponibilizará os executivos adequados para depor. Isso inclui disponibilizar Jeff Bezos para testemunhar em uma audiência com os outros CEOs”, declarou o advogado no documento endereçado aos deputados.
Os “outros CEOs” referidos na carta são os chefes do Google, do Facebook e da Apple, que também estão sendo investigados pelo mesmo painel da Câmara para determinar se estão adotando práticas contrárias às leis antitruste.
A investigação do Comitê Judiciário da Câmara dos EUA foi aberta em meados de setembro e acrescentada às já em andamento contra essas mesmas empresas e pelo mesmo motivo, mas conduzidas pelo Departamento de Justiça, pela Comissão Federal de Comércio e pelos procuradores-gerais de 48 estados.
De todas essas apurações, a Câmara dos Deputados é a única que, no caso de encontrar práticas irregulares, não tem capacidade real para impor sanções ou forçar as empresas a venderem parte de seus ativos. No máximo, poderia iniciar o longo caminho para modificar a legislação atual.
Depois de ter recebido multas multimilionárias nos últimos anos por violações de privacidade de dados de usuários tanto na Europa quanto nos EUA, o foco legal contra grandes empresas de tecnologia mudou no ano passado para práticas monopolistas, dada a posição dominante de todas essas empresas em seus respectivos mercados.
No caso específico da Amazon, um dos aspectos que mais levanta dúvidas legais é o seu status como plataforma de vendas online e vendedor na mesma plataforma ao mesmo tempo, ou seja, eles são os “donos” do mercado e ao mesmo tempo um de seus “lojistas”, o que poderia deixar a concorrência em desvantagem.