Por Paul Huang, Epoch Times
O presidente norte-americano Donald Trump anunciou sua intenção de nomear o almirante da Marinha dos Estados Unidos, Harry Harris, para ser o próximo embaixador dos EUA na Austrália. Harris, que é o principal comandante das forças militares dos EUA no Pacífico, é um firme adversário quando se trata de combater a agressão militar chinesa no Pacífico, ao ponto de o regime chinês ter exigido anteriormente que ele fosse demitido.
O anúncio da Casa Branca na sexta-feira, 9 de fevereiro, elogiou o almirante veterano da Marinha dos EUA como “um oficial naval altamente condecorado e experiente em combate com conhecimentos extensos, capacidade de liderança e perícia geopolítica na região do Indo-Pacífico”.
O almirante Harris, de 61 anos, está completando sua missão de três anos como chefe do Comando do Pacífico dos EUA. Durante seu mandato como o principal comandante das forças militares dos EUA no Pacífico, tanto nas gestões de Trump quanto de Obama, Harris é conhecido por sua postura firme e franqueza na reação à agressão militar da China e da Coreia do Norte. Harris liderou o Comando do Pacífico na realização de numerosas operações de liberdade de navegação durante as quais os navios e aeronaves dos EUA desafiaram as reivindicações marítimas de outros países, particularmente as da China.
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Harris identificou a agressão e expansão militar do regime chinês no Pacífico como uma ameaça para a região. Ele descreveu anteriormente a militarização do regime chinês de ilhas artificiais no Mar do Sul da China como a criação de uma “Grande Muralha de Areia”.
A postura combativa de Harris foi tão significante que o regime chinês criticou várias vezes o almirante norte-americano e até mesmo exigiu sua demissão. As mídias estatais do regime sugeriram que Harris poderia ser tendencioso em favor do Japão porque sua mãe era japonesa.
Ian Hall, um professor de relações internacionais da Universidade Griffith da Austrália, diz que a escolha de Harry Harris por Trump é boa do ponto de vista australiano, pois Harris entende o valor da aliança e tranquilizará Canberra sobre o envolvimento de Washington na região e seu compromisso com os aliados dos EUA.
“Isso também irritará Pequim, considerando o quão robusto Harris tem sido em relação às atividades da China de construção de ilhas no Mar do Sul da China e seu comportamento em relação aos seus vizinhos”, diz Hall.
A embaixada dos EUA na Austrália é às vezes concedida a doadores ou amigos da presidência. No entanto, a escolha de Trump de um almirante ativo da Marinha, conhecido por sua posição firme contra a agressão chinesa, certamente será notada por Canberra, que tem enfrentado crescente preocupação com a interferência política do regime chinês na Austrália no ano passado.
Uma série de reportagens investigativas de alto perfil da mídia australiana em 2017 revelou a extensão significativa da infiltração, influência e mesmo controle do Partido Comunista Chinês sobre as instituições políticas, empresas e academia da Austrália, bem como sobre os estudantes e comunidade de chineses no país.
Num documento oficial de política externa publicado em novembro passado, o governo australiano de Malcolm Turnbull disse que o país se levantará proativamente contra os desafios impostos pela China, ao mesmo tempo em que pede um apoio mais forte dos Estados Unidos.
Sob Turnbull e o governo anterior de Tony Abbott, o Ministério das Relações Exteriores da Austrália, liderado pela ministra Julie Bishop, tem um histórico de expressar a oposição da Austrália à crescente agressão e expansionismo da China em toda a região.