Almagro pedirá ao Tribunal Penal Internacional que prenda Maduro por “derramamento de sangue”

Por Agência de Notícias
31/07/2024 23:57 Atualizado: 01/08/2024 15:29

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, anunciou nesta quarta-feira (31) que solicitará ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que ordene a prisão do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, a quem acusou de ter cometido um “banho de sangue” contra manifestantes após as eleições de domingo.

“É hora da Justiça e nós vamos solicitar a imputação de acusações com ordem de prisão”, afirmou Almagro durante uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA realizada em Washington, na qual convidou os Estados membros a se juntarem ao pedido.

O secretário-geral disse que “levando em consideração” a investigação que está sendo conduzida pela Procuradoria do TPI sobre os supostos crimes contra a humanidade cometidos na Venezuela desde 2014, chegou “o momento de apresentar acusações de imputação contra os maiores responsáveis, incluindo Maduro”.

Segundo Almagro, o ditador venezuelano foi responsável por dirigir a implementação da repressão contra o povo venezuelano.

“Maduro anunciou um banho de sangue e está cumprindo”, afirmou o político uruguaio ao referir-se aos 17 manifestantes mortos nos protestos contra o governo venezuelano após as eleições de domingo.

Maduro disse antes das eleições, durante um ato eleitoral, que a Venezuela poderia cair em um “banho de sangue, em uma guerra civil” se ele não vencesse as eleições.

“Foi algo que impressionou quando ele disse, mas me impressiona muito mais quando ele está fazendo”, declarou Almagro.

A crise na Venezuela se agravou desde que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou a vitória de Maduro nas eleições do último domingo, resultados rejeitados pela oposição e por boa parte da comunidade internacional, que exige ver as atas de votação para verificar o resultado.

A OEA, no entanto, não conseguiu a maioria necessária nesta quarta-feira para aprovar uma resolução que exigia a verificação dos resultados na Venezuela, devido à abstenção ou ausência de países como Brasil, Colômbia e México.