O deputado e ex-primeiro-ministro do Peru, Guido Bellido, declarou nesta sexta-feira (09) que o ex-presidente Pedro Castillo, “não se lembra” de ter lido a mensagem à nação na qual ordenou o fechamento do Congresso e a instauração de um governo de emergência, e insinuou que poderia ter sido drogado.
Consultado por jornalistas, Bellido, que foi o primeiro chefe de gabinete de Castillo e o visitou hoje na prisão onde se encontra detido desde quarta-feira, disse que o agora ex-presidente se pronunciou assim “com suas próprias palavras”.
“Essa é a resposta do presidente e deve ser respeitada. É estranho que um presidente, que não seria destituído por falta de votos, acabe dando os argumentos para sua destituição”, opinou o parlamentar independente, que renunciou recentemente à bancada do Peru Livre, partido que levou Castillo à presidência em 2021.
“O estado psicológico de Castillo ao ler a mensagem à nação é uma evidência de que ele não estava em suas faculdades, isso sugere que poderia ter sido induzido, um teste toxicológico é urgente e o Ministério Público deve acessar as câmeras de segurança do palácio”, escreveu Bellido anteriormente no Twitter.
O Congresso estava programado para receber Castillo em sessão plenária, na quarta-feira, para que fizesse sua defesa dentro da moção de destituição apresentada contra ele devido a denúncias de corrupção.
No entanto, Castillo, atualmente detido na prisão de Barbadillo, a leste de Lima, adiantou-se a essa sessão plenária e dirigiu uma mensagem à nação anunciando a dissolução do Congresso.
Bellido acrescentou que Castillo percebeu a seriedade de suas palavras quando seus ministros começaram a renunciar, um após o outro.
“Precisamos da liberdade do professor Pedro Castillo. Vamos exigir que o presidente, solto, diga sua verdade ao país”, acrescentou o parlamentar à imprensa.
Vários dos ex-ministros de Estado compareceram ao Ministério Público hoje como testemunhas no processo aberto contra Castillo pelo suposto crime de rebelião, e pelo menos dois deles declararam aos jornalistas que desconheciam a decisão adotada pelo ex-governante.
Peru Libre e o Foro de São Paulo
O deputado Guido Bellido, assim como Pedro Castillo, foi eleito pelo partido Peru Libre. A história do partido, seus fundadores e representações aliadas estão estreitamente ligados ao Foro de São Paulo.
O fundador do partido, Vladimir Cerrón, é um médico formado em Cuba, seu histórico de lutas políticas é alinhado com um dos braços do Sendero Luminoso, o MOVADEF, uma tentativa de Abimael Guzmán de legitimizar seu grupo terrorista como partido político, sendo rechaçada pelas autoridades peruanas, mas que continuou atuando livremente como apoio dos comunistas do Sendero nas iniciativas de assumir o poder fora da luta armada.
O presidente Pedro Castillo era líder do CONARE-SUTEP, um sindicato de professores que, comprovadamente, através de fotos, operações e documentos oficiais, atuava lado a lado com membros tanto do MOVADEF, quanto do Sendero Luminoso.
Toda a campanha de Castillo contou com a presença de membros de ambos os grupos. Com a Fenate e o MOVADEF concordando em promover marchas e greves para apoiar a gestão do presidente.
O Foro de São Paulo é uma organização fundada por Luiz Inácio Lula da Silva e Fidel Castro, criada no início da década de 1990, congregou os principais partidos políticos de esquerda do continente, agentes criminosos e movimentos sociais. O presidente eleito no Brasil já creditou ao Foro parte do êxito de líderes socialistas na América Latina.
Mais informação sobre Foro de São Paulo e a esquerda na América Latina estão disponíveis na primeira produção original do Epoch Times no Brasil, o documentário “As eleições do fim do mundo”, indicado abaixo.
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