Uma falha de segurança no âmbito das redes sociais e da geolocalização foi descoberta neste fim de semana em todo o mundo.
A rede social esportiva mais famosa do mundo, a Strava, publicou em novembro um mapa de calor que mostra todas as rotas que os usuários do “app” (cerca de 1,2 milhão de usuários ativos) deixaram gravadas.
Um australiano chamado Nathan Ruser, depois de uma breve pesquisa, descobriu que esse mapa mostra muito mais do que parece à primeira vista.
Ele estava procurando bases secretas dos Estados Unidos e da Rússia em todo o mundo quando descobriu que os soldados presentes nessas bases, que faziam uso desse “aplicativo”, deixaram uma marca mostrando não apenas o lugar onde as bases estavam localizadas, mas também a distribuição dos soldados dentro delas e como eles se moviam.
Por exemplo: no aeroporto de Chabelley, no Djibouti, usado como ponto de partida para os drones da Força Aérea dos Estados Unidos, três corredores completaram um circuito de 7 km: dois em dezembro de 2014 e um, dois anos depois em agosto de 2016. Pelo menos um deles já não está lá, pois seu perfil de execução mostra que ele foi transferido para uma base aérea na Alemanha em 2016.
Quando Ruser publicou esta informação em sua conta no Twitter, a notícia caiu como uma bomba.
Strava released their global heatmap. 13 trillion GPS points from their users (turning off data sharing is an option). https://t.co/hA6jcxfBQI … It looks very pretty, but not amazing for Op-Sec. US Bases are clearly identifiable and mappable pic.twitter.com/rBgGnOzasq
— Nathan Ruser (@Nrg8000) January 27, 2018
O mapa também foi assunto em outros países, onde usuários começaram a mostrar como o “aplicativo” também revela o que está acontecendo nas estações militares.
Qualquer lugar onde uma pessoa tenha feito exercícios com este aplicativo está registrado no mapa. Esta ferramenta fornece informações adicionais que, juntamente com outros serviços como o próprio Google Maps, podem ser muito perigosas.
O aplicativo
Strava é muito usado pelos membros das Forças Armadas norte-americanas para treinamento.
“Os dados sobre as rotas de exercícios compartilhados online (Web) pelos soldados norte-americanos podem ser usados para identificar instalações no exterior”, destacou o jornal The Guardian.
O aplicativo pode ser usado em vários tipos de dispositivos, como smartphones e relógios com rastreadores por GPS, que são capturados por imagens de satélite em qualquer cidade do mundo.
Segundo o jornal The Washington Post, o coronel John Thomas, da Força Aérea dos Estados Unidos, disse que o exército de seu país já está investigando as possíveis “implicações” do mapa e seu impacto na segurança dos soldados.
Por sua vez, o Pentágono disse na segunda-feira (29) que estava avaliando a necessidade de reforçar seus protocolos de segurança. “O Departamento de Defesa leva essas questões muito a sério e portanto está revendo a situação para determinar se é necessário treinamento ou orientação adicionais”, disse o Pentágono em um comunicado, de acordo com o jornal The Guardian.
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