Alemanha processa quatro websites com 110 mil membros por abuso infantil

21/05/2018 12:31 Atualizado: 21/05/2018 12:31

Por Bowen Xiao, Epoch Times

Os promotores da Alemanha, na terça-feira, 15 de maio, impetraram acusações contra quatro pessoas suspeitas de administrar um website ilegal de pornografia infantil no submundo da internet.

O website, que tinha conexões internacionais, tinha um total de cerca de 111 mil membros, de acordo com os promotores.

A plataforma, chamada “Elysium”, foi criada no final de 2016 e só era acessível por meio do mercado negro do mundo cibernético, um lugar frequentemente chamado de “darknet” ou “deepweb”.

Em junho de 2017, as autoridades alemãs prenderam um homem suspeito de operar o website, que foi lançado no final de 2016.

Os suspeitos, todos com idades entre 40 e 62 anos, podem enfrentar até 15 anos de prisão se forem julgados culpados de abuso sexual infantil. Uma investigação sobre os membros da plataforma ainda está em andamento.

“O website tinha uma plataforma com o título ‘Bebês e Nenéns’ na qual os membros trocavam fotos e gravações em vídeo de abuso sexual de crianças com até quatro anos de idade”, disseram promotores de Frankfurt num comunicado obtido pela Reuters.

Um dos suspeitos revelou ser um homem de 62 anos da cidade bávara de Landsberg am Lech. Ele foi acusado de abuso sexual de duas crianças, com idades entre 4 e 6 anos. As crianças foram disponibilizadas pelo pai, um cidadão austríaco, que havia contatado o suspeito por meio do website.

O pai também foi processado num caso separado de abuso infantil.

Estatísticas doentias

As acusações na Alemanha vêm na sequência de um novo estudo da Internet Watch Foundation (IWF), que revelou “estatísticas chocantes” sobre crianças sendo “preparadas, coagidas e chantageadas para transmitirem ao vivo os seus próprios abusos sexuais”.

O estudo de 24 páginas foi realizado ao longo de um período de três meses e analisou 2.082 imagens e vídeos de abuso sexual infantil transmitidos ao vivo. A IWF descobriu que 98% desse material era de crianças com 13 anos ou menos que gravaram a si mesmas usando webcams, tablets e telefones celulares.

Dessas crianças, 28% tinham 10 anos ou menos. A vítima mais jovem tinha apenas 3 anos de idade.

Outras estatísticas do relatório revelaram que 18% dos abusos foram listados como Categoria A, que é o que a IWF classifica como violação e tortura sexual de crianças.

As imagens foram redistribuídas para websites de terceiros, nos quais 73% do conteúdo apareceu em fóruns dedicados à pornografia infantil. Isso revelou que as imagens foram compartilhadas com a intenção de anunciar downloads pagos de vídeos, observa o relatório.

O caso ocorre depois que as agências de segurança dos EUA apreenderam o Backpage.com, o maior website de tráfico sexual infantil dos Estados Unidos, como parte de uma ação de fiscalização do Departamento Federal de Investigação (FBI) em abril. Quase três quartos dos casos submetidos ao Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos EUA estão relacionados a anúncios postados no Backpage.com.

A senadora Heidi Heitkamp (D-N.D.) ajudou a redigir as leis aprovadas pelo Senado em 21 de março, o que torna mais fácil para promotores públicos e vítimas de tráfico sexual processarem as redes de mídia social, anunciantes e outros que não consigam manter esses materiais abusivos fora das suas plataformas.

O presidente norte-americano Donald Trump assinou a lei em 11 de abril. A legislação, destacada no popular documentário “Eu sou Jane Doe” da Netflix, altera a Lei da Decência nas Comunicações de 1996, que protegeu os operadores de websites de acusações criminais ou responsabilidade civil se eles facilitarem os anúncios de sexo ou prostituição.

“O tráfico humano é uma forma moderna do tipo mais antigo e mais bárbaro de exploração”, disse Trump. “Isso não tem lugar no nosso mundo.”