Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Na sexta-feira, a Alemanha retomou os voos de deportação de criminosos afegãos condenados, revertendo sua política de deportações para o país governado pelo Talibã.
Segundo a revista Der Spiegel, um voo partiu de Leipzig para Cabul com 28 criminosos condenados a bordo, após meses de negociações secretas mediadas pelo Catar.
O porta-voz do governo, Steffen Hebestreit, descreveu os deportados como criminosos condenados, mas ainda não esclareceu quais foram seus crimes.
Em um comunicado, Berlim agradeceu aos “principais parceiros regionais” pelo apoio e afirmou que outras deportações semelhantes estão previstas.
O governo de coalizão de Olaf Scholz enfrentou pressão para adotar uma postura mais dura em relação à migração após um ataque com faca em Solingen, vinculado ao ISIS, que ocorreu durante o “Festival da Diversidade” na semana anterior, resultando em três mortes e oito feridos. Em junho, um homem afegão também esfaqueou um policial alemão até a morte em Mannheim.
O suspeito do ataque em Solingen, identificado como Issa Al H., é um cidadão sírio que deveria ter sido deportado para a Bulgária no ano passado, mas conseguiu evitar a deportação.
Ele está sendo investigado por suspeita de assassinato e associação a uma organização terrorista, aguardando possível indiciamento.
A Alemanha havia interrompido a repatriação de afegãos por questões de direitos humanos após o Talibã retomar o poder em 2021, após a retirada desastrosa dos EUA do país.
Em junho, Berlim anunciou que estava considerando deportar migrantes afegãos que representassem uma ameaça à segurança, após o assassinato do policial em Mannheim.
Negociar diretamente com o Talibã, cujos alguns de seus funcionários estão sob sanções internacionais, é amplamente visto como problemático.
Além disso, o tema da imigração tem sido debatido antes das eleições regionais em Saxônia e Turíngia, previstas para domingo.
Se espera que o partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) tenha um bom desempenho nessas regiões orientais, o que pode enfraquecer significativamente o governo de coalizão de Scholz, especialmente a um ano das próximas eleições nacionais.
Para conter perdas nessas eleições, o governo de Scholz anunciou leis e procedimentos mais rígidos para asilo e residência, incluindo a redução do limite para “deportação severa”, quando o deportado cometeu um crime envolvendo uma arma ou ferramenta perigosa.
Os critérios para exclusão de indivíduos do status de asilo ou refugiado também serão mais restritos, com penalidades mais duras para crimes graves, incluindo para jovens infratores.
Além disso, os requerentes de asilo serão excluídos de receber benefícios se tiverem pedidos em outros países europeus, e os refugiados que viajarem para seus países de origem sem razões convincentes arriscarão perder seu status de proteção.
Berlim também impulsionará reformas no Sistema Europeu Comum de Asilo, simplificando transferências e deportações, segundo o governo.
O mesmo pacote também introduziu regulamentações mais rigorosas sobre armas, incluindo regras mais restritas de posse, uma proibição geral de canivetes automáticos e uma proibição absoluta de facas em eventos públicos como festivais populares, eventos esportivos e feiras comerciais.
Agentes federais serão autorizados a usar Tasers, e verificações de antecedentes para licenças de armas incluirão novas agências federais para impedir que extremistas obtenham armas.
Medidas adicionais para combater o “islamismo violento” também foram anunciadas, incluindo a permissão para que as autoridades usem dados biométricos de fontes online acessíveis ao público para reconhecimento facial e identificação de suspeitos.
O governo reforçará os poderes da agência de inteligência doméstica em investigações financeiras e continuará a proibir organizações islamistas, de acordo com um documento governamental que delineia as medidas.
A Associated Press e a Reuters contribuíram para este artigo.