A Rússia é “a maior ameaça à paz e à segurança no espaço euro-atlântico”, segundo a declaração formal do governo alemão, que aprovou na terça-feira sua nova estratégia de segurança nacional.
“A guerra de ataque contra a Ucrânia é uma ruptura radical com a Carta das Nações Unidas e com a ordem de segurança europeia baseada na cooperação”, segundo o documento, apresentado em Berlim pelo chanceler Olaf Scholz.
“O gabinete hoje tomou uma decisão importante e extraordinária. Pela primeira vez na história do país, temos uma estratégia de segurança nacional”, disse Scholz a repórteres na apresentação do documento.
Na estratégia de segurança alemã, é destacada que, com o colapso da ordem de paz europeia, “a Rússia ameaça diretamente nossa segurança e a de nossos aliados na OTAN e na UE”.
“Nem a Alemanha nem a OTAN buscam a oposição ou confronto com a Rússia. No entanto, na aliança estamos sempre dispostos e aptos a defender nossa soberania e liberdade e a de nossos aliados”, afirma o documento.
Scholz resumiu que a estratégia alemã de segurança nacional se baseia na identidade da Alemanha “ancorada na União Europeia, na aliança transatlântica, na amizade com a França e a “estreita cooperação com os Estados Unidos”.
Além disso, o chanceler confirmou que o objetivo do país é atingir 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em gastos com defesa.
A ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, disse por sua parte em relação à invasão russa da Ucrânia que “a paz e a liberdade não caem do céu. Em 24 de fevereiro de 2022 ficou claro, como muitos de nossos vizinhos do leste europeu nos tinham advertido, que a Europa também é vulnerável”.
A estratégia de segurança alemã também qualifica os países como “parceiro, concorrente e rival sistêmico” e observa que nos últimos anos aumentou a presença de “elementos de rivalidade e competição” citando a China.
“A China tenta de várias formas alterar a ordem internacional vigente com base nas regras, reivindica cada vez mais uma posição de poder de forma cada vez mais ofensiva e tenta sempre fazê-lo em oposição aos nossos valores e interesses”, refere o documento.
O ministro das Finanças, Christian Lindner, a ministra do Interior, Nancy Faeser, e o ministro da Defesa, Boris Pistorius, também participaram da apresentação à imprensa da estratégia de segurança nacional.
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