O governo alemão anunciou na terça-feira (16) a proibição da circulação da revista Compact, fundada em 2010, acusando-a de “propagar ódio” e ordenando o fechamento imediato de todas as suas instalações no país.
Na decisão divulgada pelo ministério do Interior da Alemanha, a publicação foi caracterizado como uma “fonte de incitação ao ódio contra grupos como judeus e estrangeiros”.
Após operações de busca e apreensão em vários endereços ligados à revista em quatro estados, a medida foi justificada como parte de uma estratégia abrangente de combate ao que foi chamado de “extremismo de direita” na Alemanha.
A ministra do Interior, Nancy Faeser, afirmou em comunicado: “Decidi hoje proibir a revista de extrema-direita COMPACT-Magazin. É um dos principais porta-vozes da extrema-direita no país”.
A proibição inclui a subsidiária Conspect Film, e as contas da Compact em redes sociais estão sendo monitoradas.
Em resposta, o editor-chefe da revista, Juergen Elsaesser classificou a proibição como “ditatorial”, argumentando que a decisão representa o pior ataque à liberdade de imprensa alemã em décadas, segundo a agência de notícias Reuters.
“Vocês estão nos tratando como uma máfia, como um grupo terrorista. Mas somos um órgão de imprensa legal com ficha criminal limpa”, protestou Elsaesser. “Isso deixa claro que o único objetivo é destruir a oposição e a nós como a mídia mais forte. Já estamos em contato com advogados”.
Nancy Faeser defendeu a ação, afirmando que visa combater “incendiários intelectuais” que promovem um clima de ódio e violência contra refugiados e imigrantes, buscando minar o estado democrático.
Vídeos mostrando a polícia alemã confiscando cadeiras e mesas de estabelecimentos ligados à revista circulam nas redes sociais.
A última publicação da Compact na rede social X é de segunda-feira (15) e aborda o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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