Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O escritório do promotor federal na Alemanha disse em 9 de janeiro que acusou três pessoas por entregarem inteligência e tecnologias que poderiam ter aplicações militares ao Partido Comunista Chinês (PCCh).
Os acusados, todos de nacionalidade alemã, também compraram três “lasers especiais” da Alemanha, que acabaram sendo financiados pela principal agência de espionagem do PCCh e enviados de volta para a China sem a autorização necessária, de acordo com uma declaração do escritório do promotor. As autoridades alemãs não revelaram mais detalhes sobre os lasers, mas disseram que os itens estão sujeitos aos regulamentos de controle de exportação de uso duplo da UE.
A notícia surge em meio ao crescente escrutínio dos esforços de espionagem do PCCh no exterior, especialmente após uma enxurrada de prisões na Alemanha, nos Estados Unidos, e em outros lugares.
Entre os acusados, um suspeito, identificado como Thomas R., permanece sob custódia. Os outros dois — o casal Herwig F. e Ina F. — foram presos em abril de 2024, mas foram liberados posteriormente quando seus mandados de prisão foram suspensos. Ina F. foi libertada em 2 de outubro de 2024, e Herwig F. foi libertado 10 dias depois.
Os promotores alegaram que, antes de sua prisão, Thomas R. vinha atuando como agente do Ministério de Segurança do Estado da China — uma das principais agências de espionagem do PCCh — desde 2017. Thomas R. teria colaborado com o casal, que usava sua empresa em Dusseldorf, no oeste da Alemanha, para entrar em contato com várias empresas e instituições científicas.
O trio foi acusado de coletar repetidamente informações vitais que poderiam reforçar as capacidades de combate marítimo do PCCh desde fevereiro de 2017. Os dados teriam sido canalizados para um funcionário não identificado da agência de espionagem do PCCh que havia estabelecido contato com Thomas R.
De acordo com a promotoria, os suspeitos obtiveram informações sobre várias tecnologias essenciais, incluindo motores de barcos, sistemas de sonar, sistemas de proteção de aeronaves, motores de veículos blindados e drones que têm aplicações potenciais em empreendimentos militares.
Um caso específico destacado pelos promotores envolveu a cooperação do casal com uma universidade alemã não identificada para facilitar uma “transferência de conhecimento” para a China.
A primeira fase desse projeto colaborativo envolveu a preparação de um estudo sobre tecnologia de ponta de motores de navios para um “parceiro contratual” chinês, que supostamente foi apoiado pelo funcionário da agência de espionagem do PCCh. O projeto em si recebeu apoio financeiro das autoridades do PCCh, disse o promotor.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da China alertou as autoridades alemãs contra a criação de “obstáculos ao desenvolvimento saudável e estável” das relações com a China, disse Guo Jiakun, porta-voz do ministério, em uma reunião regular em Pequim.
Nos últimos meses, investigadores alemães prenderam ou indiciaram várias pessoas sob a acusação de espionagem em nome do PCCh, incluindo um cidadão americano que foi preso em Frankfurt em novembro de 2024.
Esse homem, identificado pelos promotores federais como Martin D, havia trabalhado para o exército dos EUA na Alemanha. De acordo com a promotoria, ele entrou em contato com agentes do regime comunista chinês, oferecendo-se para transmitir informações confidenciais do exército dos EUA para um serviço de inteligência chinês.
Esse incidente ocorreu apenas alguns meses depois que as autoridades alemãs anunciaram a prisão de um cidadão chinês em Leipzig, no leste da Alemanha, que trabalhava para uma empresa de logística que presta serviços para centros de transporte, incluindo o Aeroporto de Leipzig/Halle, que lida com passageiros e cargas.
Identificado como Yaqi X, o suspeito foi acusado de fornecer informações sobre voos e fretes aos serviços de inteligência chineses, incluindo informações sobre o transporte de equipamentos militares e pessoas ligadas a uma empresa de defesa alemã.
O caso está ligado à prisão de um assessor de longa data de um congressista alemão e de um membro do Parlamento Europeu no início do ano passado.
Yaqi X é suspeito de passar informações para Jian Guo, um cidadão alemão preso em abril de 2024. Guo foi acusado de transmitir informações sobre discussões e decisões no Parlamento Europeu para a agência de inteligência do PCCh e de espionar dissidentes chineses na Alemanha.
Catherine Yang contribuiu para esta reportagem.