O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, esteve a poucos metros de Ismail Haniyeh, líder do grupo terrorista Hamas, poucas horas antes de sua morte. Alckmin participou da cerimônia de posse do líder do Irã, Masoud Pezeshkian, na terça-feira (30), evento que foi transmitido pela TV Press, emissora oficial do Irã.
Pezeshkian assumiu o cargo sucedendo o ditador Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero em maio.
Haniyeh viajou a Teerã especialmente para a cerimônia e foi morto na madrugada seguinte, ainda na cidade, conforme confirmado pelo próprio grupo terrorista. A cerimônia contou com representantes de 22 países, incluindo Alckmin.
O líder do grupo terrorista foi assassinado às 2h da quarta-feira, horário local (20h de terça-feira em Brasília), enquanto se encontrava em uma residência para veteranos de guerra no norte de Teerã, de acordo com a TV estatal do país, que não detalhou como ocorreu o assassinato.
Através de suas redes sociais, o novo líder do Irã, Masoud Pezeshkian, lamentou o ocorrido. “Ontem levantei sua mão vitoriosa e hoje tenho que enterrá-lo nos ombros”, escreveu Pezeshkian em sua conta no X.
Tanto o Hamas quanto o Irã responsabilizaram Israel pela morte de Ismail Haniyeh. No entanto, até o momento, Israel não se pronunciou oficialmente.
De acordo com uma declaração de Nader Hashemi, professor de Estudos do Oriente Médio na Universidade de Georgetown, dada à BBC News, o assassinato de Ismail Haniyeh pode aproximar a região de um conflito em larga escala.
“Penso que também tem impacto nos acontecimentos no Líbano porque apenas algumas horas antes Israel tentou assassinar um líder importante do Hezbollah no sul de Beirute. Acreditava-se que Irã e o Hezbollah não estavam interessados numa escalada”, afirmou.
Mas o assassinato de Haniyeh alterou esses cálculos, acrescenta. “Agora o Irã tem todos os incentivos para tentar escalar este conflito.”
Além do Brasil, estiveram presentes na cerimônia representantes dos seguintes países: Tajiquistão, Armênia, Quirguistão, Líbano, Coreia do Sul, Uzbequistão, Japão, Cazaquistão, Mali, Egito, Mauritânia, Serra Leoa, Burkina Faso, Senegal, Catar, Turcomenistão, Congo, Índia, Jordânia, Geórgia, Azerbaijão e Argélia.
Alckmin segue no Irã nesta quarta-feira (31) e tem agendadas audiências com empresários locais e uma reunião com o recém-empossado, Masoud Pezeshkian. À noite, o vice-presidente brasileiro seguirá para Doha, no Catar e retorna ao Brasil na quinta-feira (1º).