A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta quinta-feira a nova perda de conexão elétrica da usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, devido bombardeios das tropas da Rússia, e alertou para uma situação “extremamente preocupante”, diante do risco de um acidente.
“Trata-se de um acontecimento extremamente preocupante, que demonstra uma vez mais a frágil e vulnerável situação da central”, afirmou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, por meio de comunicado.
Após perder “todo acesso à eletricidade externa”, a central, que está localizada no sudeste da Ucrânia, é a maior da Europa e recebe energia de reserva de geradores de emergência movidos à diesel, conforme explicou o argentino.
Segundo o operador ucraniano Energoatom, com esses geradores, a usina nuclear tem combustível para cerca de 15 dias de funcionamento.
Está claro que essa não é uma forma sustentável de operar uma grande instalação nuclear”, afirmou Grossi.
O argentino voltou a ressaltar a necessidade “urgente” de estabelecer uma zona de proteção no entorno da usina de Zaporizhzhia, que está sendo controlada pela Rússia, enquanto é operada por funcionários ucranianos.
Diante dos constantes bombardeios na região, “são necessárias medidas para evitar um acidente nuclear”, disse o diretor-geral da AIEA.
Segundo as informações por quatro especialistas da agência, que estão acompanhando a situação em Zaporizhzhia, os geradores começaram a funcionar automaticamente depois que foram cortadas as conexões elétricas.
“A linha de 750 kV (kilovolts) foi desconectada após o bombardeio de ontem, por volta de 22h, e a linha de 330 kV (do abastecimento de reserva), pouco depois de meia-noite”, disse Grossi, se referindo à hora local (que está cinco horas a frente do horário de Brasília).
Após essa perda de energia externa, os reatores qu estavam em modo de parada em calor, estão sendo transferidos para parada em frio, ou seja, no mesmo estado em que já estavam outros quatro reatores da central.
O pessoal operacional ucraniano informou aos especialistas da AIEA, havia indícios de que as linhas elétricas sofreram danos físicos em dois lugares diferentes, a até 60 quilômetros da central no território controlado da Ucrânia.
A Energoatom informou previamente a perda total de conexão elétrica da instalação, atribuindo a causa aos bombardeios russos, que atingiram ontem as únicas duas linhas de alta voltagem, que conectavam a usina com a rede elétrica da Ucrânia.
As instalações vêm sofrendo ataques desde o começo da invasão pelas tropas de Moscou, em 24 de fevereiro, ações pelas quais russos e ucranianos se acusam mutuamente.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: