Um agente de alta posição do Departamento Federal de Investigação (FBI) dos Estados Unidos, que foi rebaixado após demonstrar seu viés anti-Trump, foi descoberto tendo enviado uma mensagem de texto perturbadora sobre um possível complô contra o então candidato presidencial Donald Trump.
Na mensagem de texto, Peter Strzok escreve sobre uma medida sugerida pela advogada do FBI, Lisa Page, que garantiria que “não há como ele ser eleito”.
No entanto, Strozk acrescenta, “Receio que não possamos correr esse risco.” Ele também disse, “Isso é como uma apólice de seguro no evento improvável que você morra antes de completar 40 anos”, sugerindo que era quase certo que Hillary Clinton ganharia as eleições.
De acordo com a mensagem, Lisa Page fez a sugestão no gabinete de Andrew McCabe, referido como “Andy” na mensagem, que era o vice-diretor do FBI na época.
Não está claro qual é exatamente a medida sugerida por Lisa Page, mas isso suscita preocupações éticas envolvendo agentes do FBI e Andrew McCabe. McCabe tornou-se o diretor do FBI no início deste ano depois que Trump demitiu o diretor do FBI, James Comey.
Strzok foi demitido pelo Conselho Especial Robert Mueller no início deste ano, após cerca de 10 mil mensagens de texto entre Strzok e Page terem sido descobertas. Eles estariam supostamente envolvidos num relacionamento. As mensagens foram enviadas entre 16 de agosto de 2015 e 1º de dezembro de 2016.
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A revelação é preocupante, pois Strzok desempenhou um papel fundamental na investigação sobre o uso de um servidor privado de e-mail pela ex-secretária de Estado Hillary Clinton para enviar informações secretas e na investigação de uma suposta colusão entre a campanha de Trump e a Rússia.
A mídia The Hill informou em 4 de dezembro que Strzok mudou palavras-chave na conclusão da investigação dos e-mails de Clinton.
Strzok mudou a linguagem na avaliação do escândalo dos e-mails de Clinton de “negligência grosseira”, que teria sido um crime, para “extremamente descuidada”. Uma alteração que pode ter exonerado Clinton.
“O comportamento e o envolvimento de Strzok nesses dois casos politicamente sensíveis suscitam novas preocupações sobre a influência política inadequada no trabalho do FBI”, disse o senador Chuck Grassley (R-Iowa) numa carta ao Departamento de Justiça em 6 de dezembro.
Estado paralelo
Trump há muito criticou o chamado “Estado paralelo” por opor-se a ele e a sua presidência.
O Estado paralelo refere-se à burocracia de funcionários permanentes e não eleitos em agências em todo o governo dos EUA.
“Vocês sabem que não existe um país como o nosso. Mas temos muita enfermidade em algumas de nossas instituições. Estamos trabalhando intensamente e conseguimos que muitas delas melhorassem”, disse Trump numa reunião em Pensacola, Flórida, em 8 de dezembro.
O que é sabido até agora é que algumas autoridades se envolveram em vazamentos seletivos na tentativa de danificar a presidência de Trump.
Também foi revelado no início deste ano que membros da equipe de campanha e de transição de Trump estavam sendo espionados por meio de solicitações de desmascaramento feitas por funcionários-chave da administração Obama, incluindo por sua conselheira de segurança nacional, Susan Rice, e pela embaixadora Samantha Power.
O Congresso dos EUA está atualmente investigando se as solicitações de vigilância foram feitas com base em informações contidas no chamado “dossiê Trump”.
O dossiê dependia quase que exclusivamente de fontes ligadas ao Kremlin, e sua informação era “distorcida e não verificada”, de acordo com o ex-diretor Comey do FBI, quando testemunhou perante o Comitê Seletivo do Senado sobre Inteligência em 8 de junho.
O documento foi financiado pela campanha de Clinton e pelo Comitê Nacional Democrata, revelou o Washington Post em outubro.
O autor do dossiê, Christopher Steele, que foi contratado pela Fusion GPS, passou suas informações ao FBI, bem como para um contato intermediário do senador John McCain (R-Ariz.)
Documentos judiciais do Reino Unido, onde Steele está atualmente sendo processado por um empresário mencionado no relatório, também mostram que Steele foi ordenado pela Fusion GPS a dar instruções aos jornalistas sobre o relatório.
No mês passado, foi revelado em documentos judiciais arquivados pelo Comitê Seletivo Permanente da Câmara sobre Inteligência que a Fusion GPS também efetuou pagamentos diretos a jornalistas.
Na semana passada, revelou-se que a esposa de um alto funcionário do Departamento de Justiça trabalhou para a Fusion GPS durante as eleições presidenciais de 2016.
Bruce Ohr perdeu sua posição como vice-procurador-geral-adjunto depois que foi revelado que ele havia ocultado seus encontros com Glenn R. Simpson, fundador da Fusion GPS, e Christopher Steele, um ex-espião britânico contratado pela Fusion GPS, para produzir o dossiê.
Nellie Ohr, a esposa de Bruce Ohr, trabalhou para a Fusion GPS em 2016, informou a Fox News com base em informações do Comitê Seletivo Permanente da Câmara sobre Inteligência.