Por Agência EFE
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, exigiu neste domingo que os governos que decretaram restrições contra países do sul africano devido a detecção da variante ômicron do novo coronavírus, voltem atrás.
“Chamamos esses países que que impuseram proibições de viagem a nosso país e a nossos irmãos do sul da África, a reverter urgentemente as decisões e a retirar as proibições que impuseram, antes que haja mais danos às nossas economias”, afirmou o chefe de governo, em pronunciamento à nação.
Para o presidente, as medidas são “injustificadas e discriminam injustamente” a região, além disso, garante que “não serão efetivas para prevenir a expansão desta variante”, que já foi considerada de risco pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Ao invés de proibir viagens, os países ricos do mundo devem apoiar os esforços das economias em desenvolvimento para ter acesso e fabricar doses suficientes de vacinas para as suas populações, sem demora”, disse Ramaphosa.
“A emergência da variante ômicron deveria ser um apelo a despertar para o mundo, que a desigualdade da vacina não pode continuar”, disse o chefe de governo.
O presidente lembrou que o Executivo sul-africano decidiu não adotar novas restrições internas, mas destacou que, diante do aumento do número de casos de covid-19, a postura só será mantida se acontecer aumento no nível de vacinação, que atualmente está em 24% da população.
Ramaphosa garantiu que a África do Sul intensificará a imunização contra a covid-19 e que iniciará o processo de aplicação da dose de reforço. Além disso, está sendo estudada a obrigatoriedade da vacina para fazer algumas atividades e entrar em alguns locais específicos.
“Somos conscientes de que a introdução de tais medidas é um assunto difícil e complexa, mas se não abordarmos isso seriamente, com urgência, continuaremos sendo vulneráveis às novas variantes e sofrendo com novas ondas de infecção”, disse.
A descoberta da variante do novo coronavírus, batizada de Ômicron pela OMS, foi anunciada na última quinta-feira, por pesquisadores que atuam na África do Sul. Os primeiros casos foram registrados no país, na vizinha Botsuana e em Hong Kong.
A partir daí, diversos países começaram a anunciar medidas como a suspensão de voos procedentes do sul da África, enquanto outros começaram a registrar os primeiros positivos para a cepa.
Na sexta-feira, a OMS classificou a variante como de risco, o que demanda um maior acompanhamento por especialistas. A suspeita é que a Ômicron tenha maior grau de transmissão, mas estudos ainda apontarão seu impacto.
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