Por Bowen Xiao
Os advogados de Jeffrey Epstein dizem que não estão “satisfeitos” com os resultados da autópsia do consultório do New York City Medical Examiner. O escritório concluiu em 16 de agosto que o acusado de tráfico sexual morreu por suicídio.
A decisão oficial foi tomada seis dias depois que Epstein foi encontrado sem resposta, em sua cela na Unidade Especial de Habitação do Metropolitan Correctional Center. A Dra. Barbara Sampson, chefe da equipe médica examinadora, disse em uma breve declaração que a conclusão foi alcançada, em parte, “após uma revisão cuidadosa de todas as informações investigativas, incluindo conclusões completas da autópsia”.
Sampson determinou que a causa de morte de Epstein foi “enforcamento” e a maneira foi “suicídio”. Sua declaração veio depois que um funcionário do Departamento de Justiça disse à Associated Press que alguns funcionários da prisão que acreditam ter informações relevantes, não estão cooperando com os investigadores.
Três advogados do financista já falecido, desafiaram as descobertas do departamento de médicos legistas e disseram que conduziriam sua própria investigação. Em um comunicado anterior, em 11 de agosto, Sampson disse que os resultados da autópsia seriam adiados, após uma determinação da causa oficial da morte estar “pendente de mais informações”.
“Não estamos satisfeitos com as conclusões do médico legista”, disseram os advogados em um comunicado. “Teremos uma resposta mais completa nos próximos dias”.
Os representantes de Epstein contrataram o conhecido patologista particular, Dr. Michael Baden “para observar o exame de autópsia”.
“A equipe de defesa pretende conduzir sua própria investigação independente e completa sobre as circunstâncias e a causa da morte de Epstein, incluindo, se necessário, ação legal para ver os vídeos principais, caso tenham realmente existido, da área próxima à cela de Epstein durante o período de tempo que levou à sua morte”, disseram os advogados.
Apenas um dia antes da morte de Epstein, quase 2.000 páginas de documentos relacionados a ele foram apresentados em 9 de agosto, revelando alegações contra uma série de homens ricos e poderosos.
Os documentos judiciais, de um processo movido por uma das acusadoras de Epstein, Virginia Giuffre, listaram novos nomes supostamente envolvidos na rede de tráfico de Epstein e mais informações sobre o papel desempenhado por sua ex-namorada, a socialite britânica Ghislaine Maxwell.
Quando Epstein foi encontrado morto, o Bureau of Prisons disse em um comunicado na época que era de um “aparente suicídio”.
Os carcereiros de Epstein não seguiram o protocolo para checá-lo a cada 30 minutos, e também são suspeitos de terem falsificado as informações para indicar que eles o checaram, disseram fontes não identificadas à AP. Ambos os guardas estavam fazendo horas extras durante esse período, devido à escassez de pessoal, com um guarda tendo trabalhado um quinto dia consecutivo de horas extras.
“A segurança de [Epstein] era de responsabilidade da MCC”, disseram os advogados de Epstein no comunicado. “É indiscutível que as autoridades violaram seus próprios protocolos.” Os advogados também disseram que Epstein foi preso em “condições medievais” no local.
De acordo com documentos judiciais, Epstein explorou sexualmente e abusou de dezenas de meninas menores de idade em suas mansões em Nova Iorque e em Palm Beach, Flórida, entre outros locais. Promotores federais disseram que sua investigação criminal sobre tráfico sexual e acusações de conspiração contra Epstein “continua em andamento”.
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