Advogado do barão das drogas ‘El Chapo’ Guzmán diz que júri anônimo é desnecessário e ‘extremamente injusto’

02/02/2018 00:33 Atualizado: 03/02/2018 17:37

Enquanto o barão das drogas mexicano Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán é julgado, seu advogado disse que não há necessidade de manter o júri anônimo. E que isso seria inclusive extremamente injusto, argumentou ele.

Os procuradores federais de Brooklyn, em Nova York, solicitaram em 5 de janeiro que os jurados no caso de Guzmán fossem anônimos e parcialmente sequestrados porque “o réu tem uma história de interferência no processo judicial (por exemplo, duas fugas dramáticas de prisões no México, histórias de empregar ‘sicarios’ ou assassinos contratados contra potenciais testemunhas)” e também porque “o réu tem meios para interferir no processo judicial; e este caso atraiu o exame intenso da mídia”, informou o New York Daily News e o Borderland Beat.

Por “parcialmente sequestrados”, os promotores querem dizer que os jurados seriam transportados para o tribunal pelo Serviço de Delegados da Polícia dos Estados Unidos e ficaram isolados e escondidos do público dentro do tribunal. “Anônimo” significa que os nomes, endereços e locais de trabalho específicos dos jurados não serão revelados às partes ou à imprensa.

Eduardo Balarezo, o advogado de Guzmán, protestou, dizendo que essas medidas “criariam a impressão extremamente injusta de que [Guzmán] é uma pessoa perigosa de quem o jurado deve ser protegido”.

El Chapo Guzmán, tráfico de drogas, julgamento, prisão perpétua, anonimato - Eduardo Balarezo, o advogado do narcotraficante Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán, conversa com a mídia após uma audiência fora do Tribunal Federal de Brooklyn em Nova York em 8 de novembro de 2017 (Don Emmert/AFP/Getty Images)
Eduardo Balarezo, o advogado do narcotraficante Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán, conversa com a mídia após uma audiência fora do Tribunal Federal de Brooklyn em Nova York em 8 de novembro de 2017 (Don Emmert/AFP/Getty Images)

Guzmán foi preso no dia 8 de janeiro de 2016 por fuzileiros e policiais federais mexicanos após um tiroteio em Los Mochis, Sinaloa, no México. Ele foi extraditado para os Estados Unidos em 19 de janeiro de 2017.

Guzmán enfrenta 17 acusações criminais que incluem lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, sequestro e assassinato.

Seu empreendimento criminoso alegadamente contrabandeou mais de 200 mil quilogramas de cocaína para os EUA.

Guzmán enfrenta uma sentença mínima de uma prisão perpétua.

Ele está detido na prisão federal do Brooklyn sob “medidas administrativas especiais”: ele não pode falar com a imprensa; não pode receber visitantes, exceto por três visitas de suas jovens filhas gêmeas; não pode fazer chamadas telefônicas, exceto duas chamadas monitoradas de 15 minutos por mês para sua mãe e irmã; e não pode se encontrar em particular com seu advogado.

Seu julgamento está programado para setembro.

Leia também:
• México alcança novo recorde de violência com 25.339 homicídios em 2017
• O difícil trabalho da Patrulha de Fronteira dos EUA
• Trump avisa que não haverá DACA sem muro na fronteira com México
• Relatório: três em quarto terroristas condenados nos EUA são nascidos no estrangeiro