A adesão da Ucrânia não está na agenda da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), disse o chanceler alemão Olaf Scholz, na sexta-feira.
“Também deixei claro em Moscou e em minha visita que essa opção [a adesão da Ucrânia à Otan] não está na mesa e não acontecerá”, declarou ele durante entrevista à emissora pública alemã ZDF.
“Eu disse publicamente que todos nós sabemos que a adesão da Ucrânia à OTAN não está na agenda da aliança hoje”, acrescentou. “Isso foi entendido pelo presidente americano, isso também foi entendido pelo presidente francês”.
Scholz disse que compartilha a preocupação de segurança do presidente russo, Vladimir Putin, e esclareceu a Putin que a Ucrânia não poderá ingressar na OTAN.
“Os russos estavam preocupados com a questão do controle de sua segurança. [Putin estava preocupado] que a OTAN tenha uma instalação militar e foguetes na Ucrânia visando o território russo. Por isso tentamos deixar claro que isso não vai ocorrer”, elaborou.
O Epoch Times entrou em contato com a assessoria de imprensa da OTAN para comentários.
A busca da Ucrânia pela adesão à OTAN parecia ser uma das principais disputas que causaram a guerra Rússia-Ucrânia em curso.
Em fevereiro de 2019, o então presidente ucraniano Petro Poroshenko assinou uma emenda constitucional comprometendo o país a se tornar membro da OTAN e da União Europeia depois que o parlamento aprovou o projeto de lei.
Poroshenko disse à liderança das Forças Armadas da Ucrânia dias depois de assinar a emenda que a adesão à OTAN era uma garantia de segurança para a Ucrânia.
Do lado russo, Putin diz que a Rússia precisa estabelecer “linhas vermelhas” para impedir que a Ucrânia junte-se à Otan, dizendo que os laços crescentes da Ucrânia com a aliança podem torná-la uma plataforma de lançamento para mísseis da OTAN direcionados à Rússia.
Os Estados Unidos e outras alianças da Ucrânia tentaram evitar a guerra diminuindo as tensões entre a Rússia e a Ucrânia.
No entanto, o Kremlin criticou os Estados Unidos e a OTAN por não abordarem as preocupações fundamentais de segurança de Moscou, exigindo que a OTAN pare sua expansão para o leste e que armas de ataque não sejam implantadas perto das fronteiras da Rússia.
Putin lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia no dia 24 de fevereiro, depois que os esforços para impedir a guerra fracassaram.
As forças armadas russas fizeram um rápido progresso e teriam cercado várias cidades ou instalações ucranianas na primeira semana.
Eles também ganharam o controle de Kherson, uma cidade portuária no sul da Ucrânia.
No entanto, as forças russas encontraram forte resistência dos militares ucranianos, especialmente nos arredores da capital ucraniana de Kiev.
A resistência das forças ucranianas e as próprias dificuldades logísticas da Rússia diminuíram a velocidade do avanço militar russo, relatou o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Um funcionário da ONU disse que cerca de 1,2 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia quando a guerra entrou em seu nono dia.
O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, confirmou o número impressionante em um tweet no dia 4 de março.
Grandi disse na quinta-feira que em suas quatro décadas de trabalho em emergências de refugiados, raramente viu um êxodo tão rápido quanto o da Ucrânia.
“Hora a hora, minuto a minuto, mais pessoas estão fugindo da terrível realidade da violência. Inúmeros foram deslocados dentro do país”, disse ele em um comunicado.
A ONU também disse que, até o dia 3 de março, eles registraram 1.006 baixas civis no contexto da ação militar da Rússia contra a Ucrânia, principalmente causadas por bombardeios e ataques aéreos.
A agência disse que 331 mortes de civis foram registradas, incluindo 19 crianças, enquanto 675 ficaram feridas, incluindo 31 crianças. A ONU diz, no entanto, que o “impacto real é muito maior”.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse na sexta-feira que, até o momento, 9.200 soldados russos foram mortos na guerra. As autoridades russas relataram que 498 de seus membros do serviço foram mortos.
Julia Mira e Tom Ozimek contribuíram para a reportagem.
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