Acusado de genocídio em Ruanda há 26 anos, Félicien Kabuga é preso na França

16/05/2020 16:22 Atualizado: 16/05/2020 16:22

Por EFE

Haia, 16 mai – Félicien Kabuga, um dos fugitivos mais procurados pelo genocídio no ano de 1994 em Ruanda, foi preso neste sábado, em Paris, de acordo com um comunicado divulgado pelo Mecanismo para Tribunais Penais Internacionais (MTPI).

Kabuga foi preso pelas autoridades da França graças a uma investigação conjunta com o Ministério Público do MTPI e ele deve ser transferido para a Holanda nos próximos dias, onde comparecerá perante o Tribunal Internacional de Haia.

Segundo o Ministério Público do MTPI, Kabuga desempenhou um papel fundamental no financiamento dos massacres de pelo menos centenas de milhares de pessoas da população tutsi de Ruanda, há 26 anos, depois das quais fugiram para a Suíça e depois para o Zaire (a atual República Democrática do Congo) e Quênia.

O empresário supostamente importou dezenas de milhares de facões usados nos crimes no Quênia e em 1997 recebeu sete acusações de genocídio, cumplicidade em genocídio, incitação direta e pública à prática de genocídio e tentativa de genocídio.

O mandado de prisão foi emitido pelo Tribunal Penal Internacional para uanda (ICTR), criado pelo Conselho de Segurança da ONU, e os Estados Unidos ofereceram uma recompensa de US$ 5 milhões em 2002 por pistas sobre seu paradeiro.

“A prisão de Félicien Kabuga hoje é um lembrete de que os responsáveis pelo genocídio podem ser responsabilizados, mesmo 26 anos após seus crimes”, disse o procurador-geral do MTPI, Serge Brammertz.

Segundo o tribunal internacional, a polícia francesa o prendeu em uma “operação sofisticada e coordenada com buscas simultâneas em vários locais”.

O julgamento de Kabuga será realizado no MTPI, o órgão judicial com sede em Haia que sucede ao Tribunal Penal Internacional para o Ruanda.