O principal responsável para a América Latina do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Brian Nichols, qualificou, nesta quarta-feira (14), como um “ato cínico de um Estado totalitário” a acusação em Manágua contra o bispo nicaraguense, Rolando Álvarez, pelo suposto crime de conspiração.
“Monsenhor Rolando Álvarez é um líder espiritual para milhões de nicaraguenses e um defensor do diálogo e da reconciliação. Representa o melhor do povo nicaraguense”, disse em mensagem o secretário-adjunto de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental.
Na mensagem, enviada aos jornalistas pela assessoria de imprensa da embaixada dos Estados Unidos na Nicarágua, Nichols disse que acusar o bispo Álvarez “de conspirar para minar a integridade nacional é o ato cínico de um Estado totalitário”.
O bispo Álvarez, muito crítico ao regime do ditador Daniel Ortega, foi indiciado ontem pelo Ministério Público nicaraguense pelos crimes de formação de quadrilha para atentar contra a integridade nacional e propagação de notícias falsas por meio de tecnologias de informação e comunicação em prejuízo do Estado e da sociedade nicaraguense.
O hierarca, bispo da diocese de Matagalpa e administrador apostólico da diocese de Estelí, ambas no norte da Nicarágua, se sentará no banco dos réus em 10 de janeiro de 2023, para uma audiência inicial.
O padre exilado, Uriel Antonio Vallejos, foi acusado no mesmo caso.
Álvarez, de 56 anos, é o primeiro bispo preso e acusado desde que o ditador Ortega voltou ao poder na Nicarágua em 2007, depois de coordenar uma Junta de Governo de 1979 a 1985 e presidir o país pela primeira vez de 1985 a 1990.
A Polícia da Nicarágua, chefiada por Francisco Díaz, cunhado de Ortega, acusa o bispo de tentar “organizar grupos violentos”, supostamente “com o objetivo de desestabilizar o Estado da Nicarágua e atacar as autoridades constitucionais”.
A prisão e acusação contra o bispo nicaraguense, outros sete padres e dois outros colaboradores é o capítulo mais recente de um ano particularmente turbulento para a Igreja Católica nicaraguense com o regime de Ortega, que rotulou os bispos como “golpistas” e “terroristas”.
As relações entre os sandinistas e a Igreja Católica na Nicarágua foram marcadas por atritos e desconfianças nos últimos 43 anos.
A comunidade católica representa 58,5% dos 6,6 milhões de habitantes da Nicarágua, segundo o último censo nacional.
Ortega e o Foro de São Paulo
O Foro de São Paulo é uma organização fundada por Luiz Inácio Lula da Silva e Fidel Castro, criada no início da década de 1990, congregou os principais partidos políticos de esquerda do continente, agentes criminosos e movimentos sociais. O presidente eleito no Brasil já creditou ao Foro parte do êxito de líderes socialistas na América Latina.
Para mais informação sobre o envolvimento de Daniel Ortega e o Sandinismo com o Foro de São Paulo e a esquerda na América Latina, confira a produção original do Epoch Times no Brasil, o documentário “As eleições do fim do mundo”, indicado abaixo.
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