O acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) ainda está vivo, de acordo com o negociador-chefe da União Europeia, Rupert Schlegelmilch, entrevistado pela Folha no dia (29). Ele ainda afirmou que, mesmo após as afirmações negativas do presidente da França, Emmanuel Macron, o acordo está cerca de 95% ajustado e tem o apoio da UE.
Schlegelmilch também disse que iria se reunir com países do Mercosul para preparar todas as negociações necessárias para realizar o acordo entre os continentes. Segundo a Folha, todos os Estados membros da UE aprovaram um mandato para buscar as negociações para fechar o acordo.
Ele também deixou claro que o momento político não era o melhor devido às eleições que iriam acontecer na Europa e na Comissão Europeia entre os dias 6 de junho e 9 de junho.
Quais os benefícios do acordo
Conforme uma pesquisa sobre as previsões na economia, publicada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em Fevereiro de 2024, o impacto no PIB seria de 0,46%, que, no PIB de 2023, daria cerca de US$9,3 bilhões. Os ganhos do Brasil seriam relativamente maiores que os de outros países latinos (mais 0,20% do que os países do Mercosul) e dos países europeus (mais 0,06% do que os países da União Europeia).
Os investimentos subiriam 1,49%. O país teria uma alta de US$302,6 milhões na balança comercial.
As importações de máquinas, alimentos, insumos e outros bens poderiam atingir US$12,8 bilhões em 2034. Depois diminuir para US$11,3 bilhões em 2040.
As exportações subiriam progressivamente até atingir US$11,6 bilhões em 2040.
Haveria queda das tarifas de importação na UE, aumento das quantidades de bens exportados e redução do custo doméstico de insumos e de bens de capital propiciado pela queda das tarifas no país, tornando os produtos brasileiros mais baratos e competitivos no mercado internacional.
O que impede o acordo
Segundo Rupert Schlegelmilch, os principais obstáculos para a conclusão do acordo é, primeiramente, a resistência dos agricultores europeus, porém Schlegelmilch afirmou que este problema está sendo resolvido aos poucos e que foi prometido aos agricultores europeus apoio extra caso a competição se tornasse desigual.
Outro ponto que atrapalha as negociações são as políticas climáticas. De acordo com o negociador-chefe, esse é um tema sensível aos europeus e que o Brasil deveria cuidar com urgência.
O Epoch Times Brasil publicou dados mostrando o aumento recorde de queimadas.