A Argentina poderá ter acesso a US$ 4,7 bilhões para pagar parte da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito da sétima revisão do programa de facilidades estendidas assinado com a instituição em 2022.
De acordo com o ministro da Economia, Luis Caputo, que concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira, este não é “um novo acordo”, mas o governo do presidente Javier Milei se comprometeu a recuperar o existente, porque o outro “levaria muito mais tempo”.
O governo argentino e a equipe técnica do FMI, com a qual autoridades locais se reuniram nos últimos dias, chegaram a um acordo de nível técnico nesta quarta-feira que deve ser aprovado pela Direção Executiva e, se cumprido, vai liberar esses US$ 4,7 bilhões para ajudar no refinancimento da dívida de 44,5 bilhões que o país possui com a entidade.
De acordo com um comunicado conjunto, a equipe do FMI, composta pelo vice-diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, Luis Cubeddu; o chefe da missão na Argentina, Ashvin Ahuja; e o representante do FMI no país, Ben Kelmanson, considerou que o governo de Milei agiu “de forma rápida e decisiva para desenvolver e implementar um forte pacote de políticas com o objetivo de restaurar a estabilidade macroeconômica” antes do “grave desvio” do programa, em referência à administração anterior.
“As metas de déficit fiscal primário e dívida interna para o final de setembro não foram atingidas, e dados preliminares sugerem que as metas para o final do ano não foram atingidas por uma margem ainda maior”, acrescentou o texto.
Caputo, que participou da coletiva com o presidente do Banco Central da Argentina (BCRA), Santiago Bausili, destacou que a equipe do FMI enviará a recomendação “com as novas metas” no final de janeiro, o que, sujeito à aprovação da administração, permitirá o desembolso dos US$ 4,7 bilhões.
“Esse desembolso não é dinheiro novo, é o dinheiro para pagar os vencimentos de capital que ocorreram em dezembro – quando tivemos de pedir à CAF -, janeiro e abril. Esses três vencimentos somam aproximadamente esse valor”, explicou.
Além disso, segundo ele, a Argentina deve acrescentar US$ 600 milhões em juros em fevereiro.
Este acordo alcançado conclui a sétima revisão do programa de facilidades estendidas assinado com a entidade em março de 2022 para refinanciar a dívida contraída em 2018 durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019).
A oitava será realizada em maio, como confirmou o ministro da Economia.
Caputo afirmou que o programa “não inclui a contração de novas dívidas”, já que, conforme reiterou, “a dívida contraída se deve apenas ao fato de o país gastar mais do que arrecada”.