O Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou em favor da divulgação de um memorando classificado ao público.
O memorando tem provocado intensa especulação sobre seu conteúdo exato.
Aqueles que o viram, descreveram-no como “chocante” e como uma ameaça para a república dos EUA.
As principais organizações de notícias, incluindo o New York Times, trabalharam em tempo integral para desacreditar o memorando antes do seu lançamento, rotulando-o como uma teoria da conspiração. No entanto, estas são as mesmas organizações de mídia que promoveram a narrativa não comprovada que Trump conluiou com o governo russo por mais de um ano.
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Então, o que sabemos até agora?
Sabemos de fato que a campanha presidencial de Hillary Clinton e o Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) pagaram à Fusion GPS, por meio do escritório de advocacia Perkins Coie, para produzir um documento de pesquisa da oposição sobre o então candidato presidencial Donald Trump.
Também sabemos, por meio do trabalho da jornalista premiada de segurança nacional Sara Carter, que o Departamento Federal de Investigação (FBI) usou o chamado “dossiê Trump” para obter um mandado de vigilância da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) para espionar a equipe de campanha e de transição de Trump.
Também é fato que os principais funcionários do FBI, incluindo Peter Strzok, o principal agente do FBI tanto na investigação do uso ilegal de um servidor privado e inseguro de e-mail por Hillary Clinton quanto da campanha de Trump, enviou numerosas mensagens de texto à advogada do FBI, Lisa Page, mostrando um nítido preconceito contra Trump e seu favoritismo por Clinton.
Posteriormente, Strzok se tornou parte da equipe de conselheiro-especial Robert Mueller, mas foi demitido após suas mensagens de texto tendenciosas terem sido descobertas pelo inspetor-geral do Departamento de Justiça (DOJ).
Nós também sabemos de fato que altos funcionários da gestão Obama, incluindo sua conselheira de segurança nacional Susan Rice e sua embaixadora na ONU, Samantha Power, fizeram dúzias, senão centenas, dos chamados pedidos de desmascarados para revelar a identidade dos membros da equipe de Trump durante e depois das eleições.
Este tipo de espionagem contra os americanos foi detalhado num relatório secreto da Agência de Segurança Nacional (NSA) que foi desclassificado e publicado em abril de 2017. O relatório mostra que os procedimentos de minimização e direcionamento destinados a evitar que os americanos sejam espionados foram sistematicamente violados pela NSA e pelo FBI durante a gestão Obama.
Nós também sabemos de fato que houve inúmeros vazamentos na gestão Obama para organizações de mídia que promoveram a falsa narrativa de colusão com a Rússia. O ex-diretor do FBI, James Comey, testemunhou sob juramento perante o Congresso em junho do ano passado afirmando que a maioria das reportagens baseadas em vazamentos de informações de fontes anônimas estava incorreta.
Nós também sabemos que o ex-diretor de inteligência nacional, James Clapper, que supervisionou um relatório investigando a alegada interferência russa nas eleições de 2016, disse repetidamente, inclusive sob juramento perante o Congresso, que não foi encontrada qualquer evidência de colusão entre a campanha de Trump e o governo russo.
Nós também sabemos de fato, com base em documentos judiciais no Reino Unido, que o ex-espião britânico Christopher Steele, contratado pela Fusion GPS para produzir o dossiê Trump, informou secretamente às organizações de mídia em pelo menos duas ocasiões. Estas mídias incluem o New York Times, o Washington Post, CNN, The New Yorker e Yahoo! News.
Também sabemos a partir dos documentos judiciais arquivados pelo Comitê de Inteligência da Câmara que a Fusion GPS fez pagamentos diretos a jornalistas que cobriam questões relacionadas com a Rússia.
Esses fatos, por sua vez, pintam uma imagem assustadora. Um dos candidatos presidenciais trabalhando de mãos dadas com uma administração ainda no governo do país e as mais poderosas agências de aplicação da lei e de inteligência do mundo contra seu adversário político.
Quando o memorando for lançado, certamente saberemos mais fatos sobre esse escândalo.
A questão difícil que os americanos enfrentam é como abordar essa grave ameaça à própria democracia.
O congressista Matt Gaetz (R-Fla.) vê este memorando como vinculado ao futuro dos Estados Unidos como o conhecemos. Num comunicado divulgado por seu escritório, ele disse: “Não há maior prioridade do que a divulgação desta informação para preservar a nossa democracia.”
Se o memorando realmente mostrar que houve uma conspiração para usar o poder do Estado para auxiliar um candidato político favorecido e para tentar destruir a candidatura de seus oponentes, então isso revelará que entramos numa nova e perigosa era na história americana em 2016, uma em que as pessoas terão de ser responsabilizas por tais atos.
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