Doze vítimas do falecido Jeffrey Epstein, acusado de tráfico e abuso sexual de menores de idade, processaram o FBI (polícia federal dos Estados Unidos) nesta quarta-feira por suposto encobrimento e argumentaram que a agência não investigou adequadamente as alegações contra o magnata.
As vítimas entraram com a ação sob um pseudônimo em um tribunal no Distrito Sul de Nova Iorque “para chegar ao fundo da questão, de uma vez por todas, sobre o papel do FBI na rede criminosa de tráfico sexual de Epstein”, diz o documento, relatado pela imprensa local.
A ação judicial alega que o FBI permitiu que Epstein explorasse e abusasse sexualmente de meninas e mulheres jovens por duas décadas, uma “negligência grave” que resultou no fato de as próprias denunciantes terem sido abusadas sexualmente pelo financista.
De acordo com a acusação, o FBI recebeu dicas, reclamações e informações sobre as atividades de Epstein e de pessoas próximas a ele entre 1996 e 2006, mas não abriu uma investigação até 2006, quando ele foi preso na Flórida por acusações relacionadas à prostituição de menores.
Em 2008, por meio de um acordo secreto com a Procuradoria da Flórida que foi criticado anos depois pelo Departamento de Justiça, Epstein se declarou culpado das acusações, cumpriu 13 meses de prisão e se registrou como agressor sexual naquele estado.
Epstein cometeu suicídio em 2019, em uma prisão federal em Nova Iorque, onde aguardava julgamento por supostamente ter montado a rede em suas mansões nessa cidade e na Flórida. Algumas das vítimas tinham apenas 14 anos de idade.
Centenas de documentos judiciais relacionados a Epstein, que eram confidenciais e pertenciam a um processo de difamação contra a herdeira britânica Ghislaine Maxwell, sua ex-amante e parceira de negócios, foram liberados pela Justiça dos EUA em janeiro.
Maxwell foi condenada em 2022 a 20 anos de prisão por ajudar o financista a abusar sexualmente de menores.