O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato pelo Partido Republicano à Casa Branca, Donald Trump, prometeu na terça-feira (24) um plano para um “renascimento manufatureiro” no país com um imposto reduzido a 15% em um comício político em Savannah, na Geórgia, um dos estados estratégicos onde pode ser decidida a eleição presidencial de novembro.
Ele também advertiu, depois de apontar que a China tem planos de construir fábricas de automóveis no México, que, se voltar à Casa Branca, vai impor uma tarifa de 100% ou 200% sobre todos os veículos fabricados no país vizinho.
Trump afirmou que a “peça central” de seu plano é a reindustrialização do país com um imposto de 15%, se o produto for fabricado nos EUA.
“Vai ser um renascimento (…) Esse pesadelo horrível para os trabalhadores americanos termina no dia em que eu fizer o juramento de posse, em 20 de janeiro”, disse o ex-presidente no comício.
Trump também delineou seus planos de reduzir impostos para empresários, a importância para a economia dos EUA de comprar produtos fabricados internamente e destacou seu compromisso de “estabelecer zonas terrestres federais especiais com impostos e regulamentações ultrabaixas para os produtores americanos”.
Em defesa do setor automobilístico dos EUA, o ex-presidente elogiou a Tesla e o empresário Elon Musk, mas disse que o país também precisa de veículos movidos a gasolina, e por isso encerrará uma diretriz da Agência de Proteção Ambiental (EPA) que exige que 56% das vendas de veículos sejam de modelos elétricos até 2032.
“Há um grande espaço para veículos elétricos, mas você também precisa ter (carros) a gasolina. É preciso ter híbridos. É preciso ter tudo”, insistiu.
O candidato republicano reafirmou seu compromisso com a construção de fábricas de última geração que o país precisa “para ser uma superpotência industrial no mundo moderno” e declarou que, “graças ao seu plano”, as empresas virão “em massa” para os EUA.
“Com meu plano, vamos reduzir os preços da energia pela metade em 12 meses. Isso também vale para suas casas”, disse, além de acusar a vice-presidente e candidata pelo Partido Democrata, Kamala Harris, pela perda de 24 mil empregos na indústria em agosto.
Ele reiterou sua proposta de eliminar os impostos sobre gorjetas e horas extras para aumentar os postos de trabalho e disse que, sob sua liderança, “traria milhões de empregos de volta aos EUA”.
Trump pediu uma votação maciça a seu favor para que a vitória seja “grande demais para ser manipulada”, dando a entender mais uma vez que a eleição poderia ser manipulada na Geórgia.
O candidato republicano não reconheceu os resultados da eleição presidencial de 2020 depois de acusar que houve fraude, inclusive na Geórgia, uma alegação que ele mantém até hoje.
O ex-presidente americano enfrenta inclusive um julgamento por suposta interferência eleitoral no estado.
O Conselho Estadual de Eleições da Geórgia aprovou uma regra polêmica na última sexta-feira que obriga a contagem manual de votos em todos os condados desse estado do sul dos EUA.