Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Os promotores disseram que a nota e outras evidências encontradas no local mostram a necessidade de Routh ser detido enquanto o governo desenvolve o caso contra ele.
Ryan Wesley Routh participa de um comício no centro de Kiev, Ucrânia, em 30 de abril de 2022. Foto de Efrem Lukatsky/AP
Um documento judicial submetido pelos promotores federais na segunda-feira revelou que Ryan Routh, suspeito de uma aparente segunda tentativa de assassinato contra o ex-presidente Donald Trump, teria escrito à mão uma nota afirmando que se tratava de uma “tentativa de assassinato” contra o ex-presidente.
A nota foi endereçada ao “Mundo” e dizia: “Esta foi uma tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas eu falhei com vocês. Eu tentei o meu melhor e usei toda a determinação que consegui reunir”, segundo os documentos judiciais.
De acordo com os documentos, Routh deixou uma caixa na casa de uma pessoa, que incluía a carta.
As autoridades policiais foram contatadas em 18 de setembro, três dias após a prisão de Routh, por uma pessoa que relatou que ele havia deixado a caixa em sua residência meses antes do incidente. Após saber da prisão de Routh, a testemunha abriu a caixa e encontrou munição, telefones e diversas cartas, segundo os documentos.
Os promotores afirmaram que a nota e outras evidências encontradas no local justificam a detenção de Routh enquanto o governo prepara o acusação contra ele. Uma audiência para decidir a detenção está marcada para segunda-feira de manhã em um tribunal federal na Flórida.
“Como os fatos são apresentados com o propósito limitado de apoiar o pedido dos Estados Unidos para a detenção pré-julgamento, os fatos nesta proposta escrita não expõem todas as informações e evidências conhecidas pelos Estados Unidos nesta investigação em andamento”, afirmam os documentos judiciais.
Os promotores encontraram “um caderno com dezenas de páginas preenchidas com nomes e números de telefone relacionados à Ucrânia, discussões sobre como se juntar ao combate em nome da Ucrânia”, conforme indicado nos documentos.
“O [ex-presidente] encerrou as relações com o Irã como uma criança, e agora o Oriente Médio está em desordem”, Routh teria escrito em um dos documentos, segundo os registros judiciais.
Registros de celulares de dois dos aparelhos recuperados mostraram que Routh viajou de Greensboro, Carolina do Norte, para West Palm Beach em 14 de agosto, escreveram os promotores.
Além disso, em “diversos dias e horários de 18 de agosto de 2024 a 15 de setembro de 2024, o celular de Routh acessou torres de celular localizadas próximas ao Trump International e à residência do ex-presidente em Mar-a-Lago”, segundo o processo.
Um celular recuperado pelas autoridades mostrou uma pesquisa no Google sobre como viajar do condado de Palm Beach, na Flórida, para o México. Funcionários federais também encontraram uma lista com datas em agosto, setembro e outubro, além de locais onde o ex-presidente havia comparecido e estava programado para comparecer, afirmaram os promotores.
Durante sua primeira aparição no tribunal na semana passada, Routh declarou que não tinha bens e possuía apenas dois caminhões avaliados em US$ 1.000. Em um livro de 2023 que aparentemente foi escrito por ele, Routh também afirmou que não tinha conta bancária nem economias para aposentadoria.
Postagens feitas por Routh no X e em outras redes sociais mostram que ele era um fervoroso apoiador da Ucrânia no conflito em andamento entre Rússia e Ucrânia, inclusive publicando imagens e vídeos de si mesmo em Kiev e outras áreas da Ucrânia desde o início da guerra. Ele também fez comentários críticos sobre Trump, incluindo várias referências em julho à primeira tentativa de assassinato.
Routh enfrenta acusações federais relacionadas a armas de fogo em conexão com a suposta tentativa de assassinato em 15 de setembro. Os promotores dizem que Routh, de 58 anos, acampou perto do campo de golfe de Trump na Flórida por 12 horas antes que o cano de sua arma fosse avistado por um agente do Serviço Secreto, que então atirou no suspeito antes que ele fugisse do local.
As autoridades também descobriram um rifle estilo SKS com 11 balas, incluindo uma na câmara, de acordo com os documentos judiciais. As autoridades afirmaram anteriormente que o suspeito não disparou nenhum tiro e não tinha linha de visão direta para Trump, que estava jogando golfe no momento do incidente. O ex-presidente também não foi ferido.
Em julho, Trump sobreviveu à primeira tentativa de assassinato contra ele, durante a qual foi baleado na orelha por um atirador que disparou em um comício enquanto ele discursava em Butler, Pensilvânia. O incidente levantou questionamentos sobre a capacidade do Serviço Secreto de protegê-lo.
O FBI afirmou que, quando seus agentes tentaram entrevistar Routh após sua detenção em 15 de setembro, ele invocou seu direito a um advogado. Routh ainda não apresentou uma declaração formal.