O político, advogado e ambientalista Robert F. Kennedy Jr. anunciou nesta sexta-feira (23) que suspendeu sua campanha à presidência dos Estados Unidos para as eleições de novembro e declarou apoio ao candidato pelo Partido Republicano, o ex-presidente Donald Trump.
O anúncio foi feito em um ato público pelo político de 70 anos, filho de Robert F. Kennedy e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, ambos assassinados na década de 1960. Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, ele, que concorria de forma independente, contava com menos de 5% do apoio do eleitorado.
“Não estou encerrando minha campanha, estou simplesmente a suspendendo, e não a encerrando. Meu nome permanecerá na cédula de votação na maioria dos estados”, declarou.
Entretanto, o nome de RFK Jr. não constará nas cédulas nos principais estados que poderão definir quem vencerá a eleição em 5 de novembro, pois não contam com tendência definida de preferência entre os partidos Republicano, de Trump, e Democrata, cuja candidata é a atual vice-presidente, Kamala Harris.
Em um discurso que durou quase uma hora, RFK Jr. disse que lhe custou muito tomar essa decisão, mas que a tomou porque Trump lhe prometeu que, se voltar a ser presidente, o deixará lutar por sua principal bandeira de campanha: acabar com doenças crônicas como o diabetes.
“Se o presidente Trump for eleito e honrar sua palavra, o enorme fardo das doenças crônicas que hoje desmoralizam e levam o país à falência desaparecerá”, afirmou, dando a entender que o republicano lhe prometeu algum cargo relacionado à saúde pública se chegar ao poder.
“Se me derem a oportunidade de resolver a crise das doenças crônicas e reformar nossa produção de alimentos, prometo que, dentro de dois anos, veremos a carga de doenças crônicas ser drasticamente reduzida. Faremos com que os americanos voltem a ser saudáveis”, declarou.
Poucos minutos após o anúncio do até então candidato independente à presidência, Trump agradeceu pelo apoio.
“Quero agradecer a Bobby. Foi uma coisa muito boa que ele fez e realmente importante. Ele é um grande homem, respeitado por todos”, disse o ex-presidente em um comício em Las Vegas.
RFK Jr. fez o anúncio em Phoenix, no estado do Arizona, onde Trump fará um comício também nesta sexta-feira e no qual ele próprio pode marcar presença.
Em seu discurso, RFK Jr. fez uma dura crítica ao Partido Democrata, ao qual seu pai e seu tio, a quem mencionou em inúmeras ocasiões, eram filiados, assim como ele.
“Deixei esse partido em outubro porque se afastou drasticamente dos valores fundamentais com os quais cresci, e se tornou o partido da guerra, da censura, da corrupção, da grande indústria farmacêutica, da grande tecnologia, da grande agricultura e do grande dinheiro. Abandonou a democracia ao cancelar as primárias para esconder a deficiência cognitiva do presidente em exercício”, afirmou, referindo-se ao presidente Joe Biden, que depois de ter tido uma performance desastrosa em um debate com Trump desistiu de concorrer à reeleição, abrindo passagem para Kamala Harris.
Em abril do ano passado, RFK Jr. anunciou a intenção de ser candidato presidencial pelo Partido Democrata, uma decisão que não agradou à maioria dos membros de sua própria família, que o criticaram duramente.
Em outubro, no entanto, ele declarou que estava deixando a legenda para concorrer à Casa Branca de forma independente, como alternativa para aqueles que estavam insatisfeitos com os políticos tradicionais.
RFK Jr. começou a flertar com o Partido Republicano na esteira do atentado contra Trump, em julho.
Durante a Convenção Nacional Republicana, realizada naquele mês, em Milwaukee, vazou a gravação de um telefonema entre os dois, no qual Trump pedia o apoio de Kennedy Jr., e eles discutiam a possibilidade de juntarem forças em um eventual governo.