A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, agora controlada pelos republicanos, abriu uma investigação sobre a caótica retirada das tropas americanas do Afeganistão sob o governo do presidente democrata Joe Biden.
O congressista republicano Michael McCaul pediu ao Departamento de Estado documentos relacionados à decisão de encerrar a ocupação de 20 anos no Afeganistão no final de agosto de 2021, que levou a uma retirada caótica e a uma tomada do poder pelo Talibã de quase todo país.
Biden retirou as forças do território afegão em virtude de um acordo alcançado entre os insurgentes e o governo anterior, do ex-presidente Donald Trump (2017-2021).
McCaul, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, escreveu na quinta-feira uma carta ao secretário de Estado, Antony Blinken, solicitando formalmente memorandos, comunicações, e-mails e outros registros sobre as operações.
A lista inclui itens como mensagens do canal do Departamento de Estado entre 2020 e 2021 “relacionadas à deterioração da situação de segurança no Afeganistão”.
Também está na lista “o número total de grupos de trabalho envolvidos na retirada/evacuação” do país e “o pessoal designado para cada grupo de trabalho”, além de informações sobre reuniões com os talibãs desde janeiro de 2021.
O republicano também mencionou que fez pedidos anteriores por essas informações, que ficaram sem resposta, então agora deu ao Departamento de Estado um prazo até 26 de janeiro para obter um retorno.
“É imperativo que o Departamento de Estado proporcione respostas completas a essas solicitações”, escreveu McCaul, alertando que “no caso de não cumprimento, a Comissão usará as autoridades à sua disposição para fazer cumprir essas solicitações conforme seja necessário, inclusive por meio de um processo obrigatório”.
A retirada apressada do Afeganistão terminou em 31 de agosto de 2021 diante do avanço vertiginoso do Talibã.
Durante a evacuação do aeroporto de Cabul, houve um atentado suicida no qual morreram 13 soldados americanos e mais de 170 civis e pelo qual assumiu a responsabilidade o braço local do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), inimigo declarado do Talibã.
Desde a semana passada, os republicanos detêm a maioria na Câmara dos Representantes, devido ao resultado das eleições legislativas de novembro, algo que querem usar para obrigar o governo Biden a prestar contas.
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