Procurador conclui que Biden reteve documentos de forma intencional, mas não o indiciará

Por Agência de Notícias
09/02/2024 14:06 Atualizado: 09/02/2024 14:06

O procurador especial Robert Hur concluiu que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reteve intencionalmente documentos confidenciais de seu período como vice-presidente, mas decidiu não apresentar acusações contra ele.

“Nossa investigação encontrou evidências de que o presidente Biden intencionalmente reteve e divulgou materiais confidenciais após sua vice-presidência, quando ele era um cidadão particular”, disse Hur em relatório divulgado nesta quinta-feira.

No entanto, o procurador concluiu que não há justificativa suficiente para apresentar acusações contra o mandatário.

De acordo com Hur, processar Biden seria “injustificado sob a consideração de fatores agravantes e atenuantes”, explicando que as evidências “não estabelecem a culpa” do presidente “além de uma dúvida razoável”.

Biden está sendo investigado desde que documentos confidenciais de seu período como vice-presidente de Barack Obama (2009-2017) foram encontrados em sua casa no estado de Delaware e em um escritório particular há um ano.

No documento, o procurador explica que Biden mostrou uma “memória significativamente limitada” durante o interrogatório ao qual foi submetido em 2023.

O relatório relata, inclusive, que o presidente não conseguia se lembrar das datas em que atuou como vice-presidente e tinha dificuldade em lembrar a data da morte de seu filho Beau em 2015.

Em resposta à divulgação do relatório, Biden emitiu uma declaração na qual expressou satisfação por não ter sido acusado, mas não fez menção às alusões do procurador à sua memória.

“Estou satisfeito em ver que eles chegaram à conclusão que eu sempre pensei que chegariam: que nenhuma acusação seria feita nesse caso e que o assunto está encerrado”, declarou o presidente.

Biden ainda enfatizou que “cooperou totalmente (com os procuradores), não obstruiu e não buscou atrasos” na investigação.

Os documentos foram encontrados pelos advogados de Biden em novembro e dezembro de 2022, e imediatamente entregues aos Arquivos Nacionais, a agência que deve protegê-los. Depois, o Departamento de Justiça abriu uma investigação.

O ex-presidente Donald Trump (2017-2021), pré-candidato republicano para as eleições de novembro deste ano, também foi investigado por reter documentos oficiais de sua mansão na Flórida e recebeu 40 acusações depois de se recusar a entregá-los por meses.

De acordo com as informações que se tornaram públicas, as duas investigações são muito diferentes: o número de documentos em questão na investigação de Biden é de cerca de 20, enquanto Trump supostamente reteve ilegalmente 300 documentos, que tiveram de ser recuperados por uma batida do FBI.