Khalid Sheikh Mohammed, considerado o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, fez um acordo com autoridades dos Estados Unidos, junto com outros dois acusados, para se declararem culpados pelos ataques terroristas que mataram quase 3 mil pessoas em solo americano, informou o Pentágono na quarta-feira (31).
O homem acusado de planejar os ataques de 11 de setembro e dois de seus cúmplices, Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi, que estão desde 2003 no complexo penal dos EUA na Baía de Guantánamo, em Cuba, concordaram em se declarar culpados das acusações contra eles em troca de uma sentença de prisão perpétua – o trio poderia ser condenado à morte.
O caso estava envolvido em mais de uma década de procedimentos pré-julgamento, focados na questão sobre se a tortura em prisões secretas da CIA poderia ter contaminado as provas contra eles.
A notícia do acordo surgiu em uma carta dos promotores do tribunal de guerra para as famílias das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001, informou o The New York Times na quarta-feira.
“Em troca da eliminação da pena de morte como uma possível punição, esses três réus concordaram em se declarar culpados de todos os crimes acusados, incluindo o assassinato das 2.976 pessoas listadas na acusação”, diz a carta assinada pelo contra-almirante Aaron C. Rugh, promotor-chefe das comissões militares, e três advogados de sua equipe, segundo o jornal The New York Times.
A carta dizia que os réus poderiam apresentar suas alegações em tribunal aberto já na próxima semana.
A confissão de culpa evita o que se esperava ser um julgamento de 12 a 18 meses ou, alternativamente, a possibilidade de o juiz militar rejeitar confissões que eram fundamentais para o caso do governo.
Os detidos são acusados de serem os organizadores dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Naquele dia, 19 homens sequestraram quatro aviões comerciais: dois deles foram lançados contra as Torres Gêmeas, em Nova Iorque, um contra o Pentágono, nos arredores de Washington, e o último caiu em um campo aberto na Pensilvânia.
Além da acusação de conspiração, eles foram acusados de cometer assassinato em violação da lei de guerra, de atacar civis e de terrorismo.
Mohammed, um engenheiro formado nos Estados Unidos, foi acusado de ter tido a ideia de sequestrar aviões e fazê-los colidir com edifícios. Os promotores disseram que ele apresentou a ideia a Osama bin Laden em 1996 e depois ajudou a treinar alguns dos sequestradores.