A multinacional norte-americana IBM (International Business Machines Corporation) decidiu encerrar a filial que realiza operações de pesquisa e desenvolvimento na China. A decisão foi comunicada internamente por Jack Hergenrother, um dos executivos da empresa, durante reunião com os funcionários.
O fechamento deve ter impacto significativo, não apenas para os trabalhadores, mas também para a presença da empresa na China. A principal justificativa da IBM para essa decisão é a “competição crescente” no mercado chinês, que tem levado a uma redução da presença da empresa na região.
Em relatório anterior, a IBM revelou que sua receita na China caiu 19,6% no último ano. Essa diminuição no desempenho financeiro é reflexo das dificuldades crescentes que a empresa enfrenta devido às mudanças no ambiente de negócios.
Além das questões de competição, a IBM também citou as tensões comerciais entre EUA e China como fator crucial para o fechamento. As restrições comerciais e as sanções impostas pelos Estados Unidos, em retaliação às práticas do regime comandado por Xi Jinping, dificultaram a importação de tecnologias externas para a China.
Como resultado, as empresas chinesas têm investido fortemente na busca pela autossuficiência, com a ajuda financeira do Partido Comunista Chinês (PCCh). Isso torna mais difícil para companhias estrangeiras manterem a competitividade no país.
A IBM planeja redistribuir suas operações da China para outras regiões próximas. Uma das localidades que se destaca como destino para essas operações é Bangalore, na Índia. A empresa pretende expandir suas instalações na cidade indiana e criar novos postos de trabalho, na área de pesquisa e desenvolvimento.
As divisões afetadas pelo fechamento da filial estavam localizadas em grandes cidades chinesas, como Pequim e Xangai. Essas unidades eram responsáveis pelo desenvolvimento de uma gama de produtos, como software profissional para empresas.
A decisão pegou os funcionários da IBM na China de surpresa. O Wall Street Journal relatou que os empregados ficaram inesperadamente chocados com o anúncio. Afinal, a empresa havia demonstrado recentemente interesse em expandir seus negócios na China, particularmente no campo da inteligência artificial (IA).
Em março deste ano, o diretor da IBM na China, Chen Xudong, enfatizou a intenção da empresa em ajudar montadoras de automóveis e multinacionais a integrar IA generativa em seus processos no solo chinês, durante uma conferência em Pequim.