Pelo menos sete mortos, ruas inundadas por uma onda de tempestade sem precedentes, danos em estruturas e mais de quatro milhões de pessoas sem energia elétrica compõem o quadro desolador desta sexta-feira (27) no sudeste dos Estados Unidos, após a chegada de Helene como um furacão de categoria 4 na escala Saffir-Simpson, que vai até a categoria 5 como máxima.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse em coletiva de imprensa que uma pessoa morreu depois que uma árvore caiu sobre uma casa no condado de Dixie, na região onde Helene tocou o solo na noite passada.
A morte eleva o número de vítimas até o momento para duas nesse estado do sul, além de outras quatro na Geórgia e uma quinta na Carolina do Norte, de acordo com as autoridades locais.
No sudeste dos EUA, onde Helene continua sua trajetória destrutiva, agora como uma tempestade tropical depois de entrar na costa oeste da Flórida, mais de quatro milhões de residências e escritórios estão sem energia, de acordo com o site especializado PowerOutage.
O furacão atingiu a costa por volta das 23h locais de quinta-feira perto da cidade de Perry, na região do noroeste da Flórida conhecida como Big Bend, com ventos máximos sustentados de 225 km/h.
A região amanheceu hoje com as ruas cobertas de árvores e postes caídos, além de zonas inundadas pela maré alta (pelo menos 3 metros acima do nível normal) provocada por Helene, que, segundo os meteorologistas, é o furacão mais forte que já atingiu a àrea.
Vídeos e fotos mostram grandes ondas atingindo pontes e casas em regiões costeiras que ficaram quase submersas na água durante a passagem do ciclone.
Na zona de Cedar Key, perto de onde Helene atingiu a costa e onde o nível do mar subiu 2,7 metros durante a noite, a agência de notícias EFE constatou que as patrulhas começaram a remover as árvores das estradas principais no início da manhã para manter o acesso dos socorristas.
Até o momento, na sexta-feira (27) mais de 700 voos foram cancelados nos EUA, a grande maioria deles com partidas ou chegadas programadas nos aeroportos internacionais de Charlotte, na Carolina do Norte; Atlanta, na Geórgia; e Tampa, na Flórida.
Ameaça de enchentes em Atlanta
Embora Tallahassee, a capital da Flórida, tenha sido poupada do impacto direto que se temia porque o sistema se deslocou mais para o leste, outras capitais, como Atlanta, na Geórgia, permanecem sob uma emergência de inundação repentina em sua região metropolitana, informou o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).
O prefeito de Atlanta, Andre Dickens, disse que pelo menos 20 pessoas foram resgatadas durante a noite depois de ficarem presas nas águas das enchentes dentro de casas ou carros.
O governador da Geórgia, Brian Kemp, disse hoje que vários hospitais na parte sul do estado ficaram sem energia e que as equipes de resgate estão indo para o leste, onde vários moradores ficaram presos em suas casas.
Em antecipação à trajetória de Helene entre quinta e sexta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou declarações de desastre para os estados de Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Alabama.
Os meteorologistas alertam que a ameaça representada por Helene continuará até hoje, quando o árduo trabalho de resgate e busca de vítimas, algumas delas idosas que não quiseram sair de suas casas, está em andamento.
Na área de Asheville, na Carolina do Norte, onde uma ordem de evacuação obrigatória está em vigor, espera-se que as águas das enchentes atinjam níveis recordes, e há possibilidade de deslizamentos de terra nas regiões montanhosas do oeste da Carolina do Norte.
Em seu último boletim, o NHC informou que Helene ainda está produzindo “rajadas de vento prejudiciais e inundações potencialmente fatais em várias partes do sudeste e do sul dos Apalaches”.
À medida que continua a se mover sobre a terra, o sistema continua a se enfraquecer e agora tem ventos máximos sustentados de 75 km/h, e está se movendo rapidamente para o norte a 52 km/h.
Por Agência EFE