Uma fonte confidencial forneceu informações ao FBI em 2020 alegando que o então candidato presidencial Joe Biden e seu filho Hunter Biden foram subornados para pressionar a Ucrânia a remover um promotor que investigava a Burisma, a empresa ucraniana que empregava Hunter Biden, de acordo com um documento divulgado em 20 de julho.
A fonte disse que ele viajou para o escritório da Burisma na Ucrânia em 2015 ou 2016 com um homem chamado Oleksandr Ostapenko. Durante a reunião, Vadim Pojarskii, diretor financeiro da Burisma, disse à fonte que a empresa contratou o Sr. Hunter Biden “para proteger [a empresa], por meio de seu pai, de todos os tipos de problemas”.
A Burisma contatou a fonte para buscar ajuda na compra de uma empresa americana com a qual se fundir, na esperança de que ela pudesse abrir o capital nos Estados Unidos.
Depois que uma investigação da Burisma pelo procurador-geral da Ucrânia, Viktor Shokin, foi divulgada em 2016, a fonte disse a Mykola Zlochevsky, proprietário da Burisma, que a divulgação teria um efeito negativo na possível oferta pública inicial. O Sr. Zlochevsky respondeu que o Sr. Hunter Biden “cuidará de todas essas questões por meio de seu pai”, de acordo com o documento.
Zlochevsky também foi citado como tendo dito que custou US$5 milhões para pagar um Biden e US$5 milhões para pagar outro Biden.
A fonte respondeu que os pagamentos aos Biden iriam complicar as coisas e que os Biden não tinham experiência com o setor de petróleo e gás, segundo o documento. Zlochevsky disse que, apesar de sua opinião negativa sobre a inteligência de Hunter Biden, Zlochevsky precisava mantê-lo no conselho “para que tudo fique bem”. Ele também disse que os dois Bidens lhe disseram que Hunter Biden precisava permanecer no conselho.
Quase ao mesmo tempo, o Sr. Joe Biden, vice-presidente dos EUA na época, estava pressionando as autoridades ucranianas a demitir o Sr. Shokin.
“‘Estamos partindo em seis horas. Se o promotor não for demitido, você não receberá o dinheiro’”, disse Joe Biden em um evento público sobre a interação, referindo-se a uma garantia de empréstimo de US$ 1 bilhão que ele ameaçou reter. “Bem, filho da [palavrão]. Ele foi demitido.”
O Sr. Shokin disse que a ameaça foi citada quando ele foi deposto. Ele disse em uma declaração juramentada que o então presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pediu que ele renunciasse por causa da “pressão da administração presidencial dos EUA, em particular de Joe Biden”.
A fonte do FBI disse ao bureau que ouviu da conversa que os pagamentos já haviam sido feitos aos Bidens, presumivelmente para lidar com o Sr. Shokin.
Liberado pelo Congresso
O documento era um resumo das conversas entre o FBI e a fonte. Foi datado de 30 de julho de 2020. O senador Chuck Grassley (R-Iowa) e o deputado James Comer (R-Ky.) o divulgaram, com redações, após receber uma cópia do FBI. A agência inicialmente se recusou a entregar o documento, mas finalmente o fez depois que a Câmara moveu-se para prender o diretor do FBI, Christopher Wray, por desacato.
“Ao longo dos envolvimentos do FBI com o Congresso, fomos guiados por nossa obrigação de proteger a segurança física de fontes humanas confidenciais e a integridade de investigações confidenciais. Explicamos repetidamente ao Congresso, em correspondência e em briefings, como é importante manter a confidencialidade dessas informações de origem”, disse um porta-voz do FBI ao Epoch Times por e-mail.
A divulgação do documento “arrisca desnecessariamente a segurança de uma fonte confidencial”, segundo o porta-voz.
Um advogado de Hunter Biden e da Casa Branca não respondeu aos pedidos de comentários.
O Congresso não estava ciente do formulário até que os membros foram notificados por um denunciante.
O agente do IRS Gary Shapley, outro denunciante, que esteve envolvido em uma investigação criminal do Sr. Hunter Biden, disse em uma audiência nesta semana que nunca havia visto o formulário.
“Houve diligências investigativas envolvendo o presidente Biden que não foram permitidas. Teria sido muito útil receber informações como essa dos investigadores… quando recebíamos qualquer reação. Quando nos pediram para tirar os nomes dos pedidos de documentos e mandados de busca, seria bom ter informações que mostrassem o porquê, que ajudassem a provar por que esses nomes precisam estar nesses pedidos”, disse o Sr. Shapley.
O Sr. Grassley disse: “Graças aos denunciantes, agora o mundo pode ver… o que o FBI tentou esconder. Alegações sérias de fonte confiável do FBI. O que o FBI fez para investigar?”
Ligações
Em uma ligação depois de falar pela primeira vez com Zlochevsky, a fonte disse que Zlochevsky alegou que foi pressionado a pagar os Bidens, usando gíria russa que significa ser forçado ou coagido. O Sr. Zlochevsky disse que possuía mensagens e gravações para apoiar suas declarações. A fonte aconselhou garantir que a prova fosse mantida. Zlochevsky disse que, como a investigação havia terminado, ele achava que ninguém descobriria sobre os pagamentos. Ele também se perguntou se faria alguma diferença, legalmente, se ele fizesse os pagamentos voluntariamente ou fosse forçado a fazê-los. O Sr. Zlochevsky pediu ajuda à fonte se algo acontecesse no futuro, mas a fonte recusou.
A fonte não falou com o Sr. Zlochevsky por vários anos. O Sr. Ostapenko, durante uma reunião com a fonte em 2019, ligou para o Sr. Zlochevsky.
Zlochevsky perguntou aos homens se eles tinham ouvido as notícias sobre novas investigações sobre os Bidens e Burisma e brincou que a fonte era um “oráculo”. Zlochevsky disse que não enviou nenhum dinheiro diretamente para o “grandão”, uma aparente referência a Joe Biden, e que os investigadores levariam uma década para encontrar registros dos pagamentos ilícitos.
A fonte disse ao FBI que o Sr. Zlochevsky disse que tinha 17 gravações, incluindo duas gravações que apresentavam o Sr. Joe Biden. O Sr. Zlochevsky também disse que tinha dois documentos que forneciam evidências de pagamentos aos Bidens. A fonte também observou que o Sr. Ostapenko começou a trabalhar para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A fonte também disse ao FBI que é comum empresas na Rússia e na Ucrânia subornar funcionários do governo e que não é incomum fazer gravações secretas. A fonte disse que as declarações de Zlochevsky não eram incomuns ou pretextuais, mas que ele não foi capaz de verificá-las.
Kyle Brosnan, consultor-chefe do Projeto de Supervisão da Heritage Foundation, disse que o documento contém alegações sérias e deve desencadear uma enxurrada de intimações do Congresso enquanto os membros trabalham para verificar as informações, incluindo o suposto suborno ao Sr. Joe Biden.
“Se isso for mesmo verdade”, disse Brosnan ao Epoch Times, “acho que tudo deve ser possível”.
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