Com os escombros ainda não recolhidos do destrutivo e letal furacão Helene, que deixou pelo menos 230 mortos no sudeste dos Estados Unidos, a Flórida se prepara para a “maior” desocupação de habitantes desde 2017, diante da ameaça de Milton, que também deve chegar à costa centro-oeste da Flórida como um ciclone de categoria alta.
Milton, um furacão que se fortaleceu em tempo recorde, já é categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson.
O furacão, que tem ventos máximos sustentados de mais de 200 km/h, atravessará a maior parte da Flórida de oeste para leste a partir da próxima quarta-feira, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).
O governador da Flórida, Ron DeSantis, lembrounesta segunda-feira que 51 dos 67 condados da Flórida já haviam sido declarados em estado de emergência antes da chegada de Milton e enfatizou que se espera que ele atinja a região da baía de Tampa na noite de quarta-feira.
DeSantis declarou que o governo estadual está enviando caminhões de alimentos e água, ambulâncias e sistemas de proteção contra inundações para proteger a infraestrutura essencial na região central da Flórida.
“Também estamos estocando um adicional de 1,5 milhão de galões de reservas de combustível e preparando-os para uso conforme necessário”, acrescentou.
Maior desocupação de habitantes desde Irma
DeSantis pediu que as comunidades atendam aos pedidos de desocupação de moradores da região, ao mesmo tempo em que alertou sobre os riscos duplos representados pela chegada de Milton e uma grande quantidade de detritos deixados pelo Helene, que ainda não foram recolhidos.
“Tenho a Equipe Estadual de Resposta a Emergências se preparando para provavelmente a maior desocupação de habitantes que já vimos desde o furacão Irma em 2017”, alertou Kevin Guthrie, diretor executivo da Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida.
Espera-se que a saída de milhões de pessoas causem congestionamento nas rodovias e filas nos postos de gasolina.
A semana para os habitantes da Flórida começou assim, com os moradores ainda tentando se recuperar de Helene, fazendo sacos de areia para tentar evitar o caos das enchentes, movimentando veículos de concessionárias de energia elétrica para ficar de olho na restauração das quedas de energia e até mesmo preparando abrigos para animais.
Espera-se que Milton atinja a terra firme como um furacão de categoria 3 na quarta-feira, 13 dias depois que Helene tocou solo como um furacão de categoria 4 em 26 de setembro na região conhecida como Big Bend.
A maior ameaça é para a região da baía de Tampa, na costa oeste, com ventos fortes e ondas de tempestade, mas outras localidades da costa leste da Flórida, como os condados mais populosos de Miami-Dade e Broward, já enfrentam riscos de inundação associados a chuvas prolongadas do mesmo sistema.
Perigo na zona metropolitana de Tampa
O furacão colocou a Costa do Golfo da Flórida, de Chokoloskee (Condado de Collier) ao norte até a foz do rio Suwanee (Condado de Dixie), incluindo a baía de Tampa e a ilha de Dry Tortugas, em alerta, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia.
Nessa ampla região, há “um risco crescente” de tempestades e ventos destrutivos a partir da noite de terça-feira ou da madrugada de quarta-feira, de acordo com o NHC, que pediu aos moradores que fiquem atentos às ordens de saída de suas casas das autoridades locais.
Além disso, o lago Okeechobee, na Flórida, também estava sob alerta de furacão.
Mesmo antes de Milton se aproximar da Flórida, chuvas fortes e inundações em zonas urbanas devem se agravar com rios transbordando, disse o NHC.
O NHC, com sede em Miami, disse que a tempestade está a 1.175 quilômetros a sudoeste de Tampa, na Flórida, e a cerca de 200 quilômetros a oeste de Progreso, no México.
De acordo com os meteorologistas do NHC, Milton se movendo para leste-sudeste a cerca de 15 km/h.