O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, editou um trabalho de pesquisa do grupo que trabalhou com um laboratório de alto nível em Wuhan para estudar vírus perigosos de morcegos, enquanto afastava as preocupações de que a instalação poderia ser a fonte da pandemia de COVID-19 .
O artigo intitulado, em tradução livre, “Dinâmica do vírus Nipah em morcegos e implicações para o transbordamento para humanos”, foi financiado por oito programas federais, metade dos quais eram do NIAID que Fauci chefiará até dezembro deste ano.
Membros do grupo de pesquisa sem fins lucrativos EcoHealth Alliance, que se tornou um canal para o Instituto Wuhan de Virologia realizar pesquisas arriscadas com morcegos usando dólares dos contribuintes dos EUA, compõem mais da metade dos cerca de duas dúzias de autores do artigo.
Fauci editou o artigo em 2020 depois de recebê-lo para revisão em 8 de janeiro, duas semanas antes da COVID-19 levar Wuhan a um bloqueio completo. O periódico científico revisado por pares Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, mais conhecido como PNAS, aprovou-o em setembro daquele ano e o publicou dois meses depois.
A extensão da contribuição de Fauci no artigo não é clara. Como servidor público de quatro décadas, Fauci também editou artigos científicos notadamente sobre o tema HIV. Mas o papel editorial de Fauci, dado o histórico de laços do grupo com o laboratório de Wuhan e o financiamento que recebeu de sua agência, levantou suspeitas entre os críticos.
Tristan Daedalus, diretor de assuntos governamentais do White Coat Waste Project, que acompanha a colaboração do laboratório EcoHealth e Wuhan, viu no caso uma “casquinha de sorvete que lambe a si mesma”.
“Primeiro, Fauci defende experimentos perigosos com animais para aumentar seu orçamento de US$ 6 bilhões. Em seguida, ele distribui por meio de doações para a EcoHealth e outros jalecos brancos nos EUA e no exterior. Ele e seus colegas então editam e aprovam pessoalmente os experimentos que financiaram para publicação em revistas científicas – e depois alegam sucesso por causa do registro de publicação. Finalmente, ele renova os pagamentos para abastecer o trem do governo”, disse Daedalus em comunicado ao Epoch Times. “Fauci não está seguindo a ciência, mas a EcoHealth com certeza está seguindo o dinheiro.”
Durante os meses em que o vírus se espalhou para outras partes do mundo, Fauci fez repetidos esforços para promover uma narrativa de origem natural da COVID-19, minimizando a perspectiva de um vazamento de laboratório em particular e em público.
Peter Daszak, coautor do artigo da PNAS e presidente da EcoHealth, agradeceu a Fauci por apoiar uma teoria de origem natural em um e-mail de abril de 2020, de acordo com os registros do NIH divulgados por meio de um Freedom of Information Request (pdf).
“Eu só queria agradecer pessoalmente [sic] em nome de nossa equipe e colaboradores, por se levantar publicamente e afirmar que as evidências científicas apoiam uma origem natural da COVID-19 de um transbordamento de morcego para humano, não uma liberação de laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan”, escreveu ele em 18 de abril de 2020, um dia depois de Fauci ter dito a repórteres que todas as evidências disponíveis sobre o vírus eram “totalmente consistentes com um salto de espécies de animal para humano. ”
“[O] trabalho que estamos fazendo em colaboração com virologistas chineses nos deu informações incríveis sobre os riscos que esses vírus representam, para que possamos ajudar diretamente a proteger nossa nação contra coronavírus de origem de morcegos”, disse ele, citando um Projeto plurianual financiado pelo NIH sobre o surgimento de coronavírus de morcego na China. “Do meu ponto de vista, seus comentários são corajosos e, vindos de sua voz confiável, ajudarão a dissipar os mitos em torno das origens do vírus”.
“Muito obrigado por sua gentil nota”, escreveu Fauci em resposta.
O projeto citado por Daszak foi suspenso no final daquele ano e foi objeto de investigações do FBI e do Departamento de Saúde e Serviços Humanos sobre o uso de financiamento na China. Em agosto, o NIH encerrou o financiamento do projeto para o laboratório de Wuhan depois de não conseguir, em duas tentativas, que a instalação chinesa entregasse os registros do laboratório.
A agência de Fauci, no final de setembro, novamente deu luz verde para milhões em financiamento para a EcoHealth apoiar seus projetos de pesquisa na Ásia. Um deles diz respeito ao vírus Nipah.
Defendendo a decisão da concessão em 4 de outubro, Fauci disse em um webinar que eles “não podem decidir arbitrariamente, ‘eu simplesmente não quero financiá-lo’ porque as pessoas não gostam deles”.
Ele insistiu que “manteve a mente completamente aberta sobre a possibilidade de haver um vazamento de laboratório”. “Mas uma coisa da qual você não pode se afastar”, argumentou no evento, “é que o vazamento de laboratório é uma teoria sem qualquer evidência”.
A senadora Joni Ernst (R-Iowa) apresentou uma medida legislativa após o anúncio de concessão do NIH com o objetivo de cortar o financiamento federal para a EcoHealth. Ela foi um dos 40 membros do Congresso que recentemente assinaram uma carta ao NIH condenando seu financiamento contínuo da EcoHealth.
“Os contribuintes merecem respostas sobre porque o Dr. Fauci continua a mostrar favoritismo por uma organização que violou as leis federais, se recusa a entregar documentos vitais para entender as possíveis origens da COVID-19 e demonstrou desrespeito imprudente pela segurança”, disse Ernst ao The Epoch Times
“Dr. Fauci defende a decisão de continuar financiando o grupo alegando que tinha que ‘ser justo’. Entre dar subsídios e conselhos editoriais, parece que o Dr. Fauci tem sido mais do que justo com a EcoHealth, e é hora de ser justo com os contribuintes!”
O Epoch Times entrou em contato com o NIH, NIAID, Daszak e EcoHealth para comentar.
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