Expoentes do Partido Republicano se solidarizaram nesta quinta-feira com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, e criticaram o veredicto do júri que o considerou culpado de falsificar registros comerciais para ocultar uma relação extraconjugal com uma atriz pornô.
Um dos primeiros a reagir foi o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, um ferrenho aliado de Trump, que declarou em redes sociais que “hoje é um dia vergonhoso na história dos EUA”.
O líder da Câmara acusou o atual presidente americano, Joe Biden, de usar a Justiça “como uma arma” contra Trump – virtual candidato republicano à presidência do país nas eleições de novembro – e alegou que os políticos do Partido Democrata, pelo qual o mandatário concorrerá à reeleição, “não se deterão diante de nada para silenciar a dissidência”.
“O presidente Trump recorrerá, com razão, contra esse veredicto absurdo, e VENCERÁ”, disse Johnson.
Para o senador Marco Rubio, da Flórida, cujo nome está no grupo de possíveis candidatos a vice-presidente pela chapa de Trump, o veredicto representa uma “zombaria” contra a Justiça dos EUA.
Segundo ele, o julgamento foi um “show político” realizado por um juiz “abertamente” pró-Biden, o que, em sua opinião, mostra que o campo democrata fará tudo o que estiver ao alcance para permanecer no poder.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, que perdeu as primárias republicanas para Trump e depois declarou apoio a ele, disse que o “veredicto representa a culminação de um processo legal que esteve sujeito à vontade política” do promotor, do juiz e do júri.
“Se o réu não fosse Donald Trump, esse caso nunca teria sido apresentado”, afirmou.
O governador do Texas, Greg Abbott, outro aliado de Trump, também criticou a decisão, dizendo que o julgamento foi uma “farsa”, e fez campanha para o ex-presidente.
“Os americanos merecem mais do que um presidente que usa a Justiça para perseguir um adversário. Precisamos demitir Joe Biden em novembro”, disse.
A congressista Marjorie Taylor Greene, representante do estado da Geórgia, postou em redes sociais uma bandeira dos EUA de cabeça para baixo em protesto contra a decisão do júri.
Outro congressista, J.D. Vance, também especulado como possível companheiro de chapa de Trump, classificou a decisão como uma “vergonha para o estado de direito” e para a Constituição do país, além de uma “interferência eleitoral”.
O ex-presidente enfrentava 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais, todas relacionadas a um reembolso a seu advogado Michael Cohen pelo pagamento total de US$ 130 mil à atriz pornô Stormy Daniels em 2016 para abafar um suposto relacionamento extraconjugal entre eles uma década antes.
Trump, de 77 anos, tornou-se o primeiro ex-presidente da história dos EUA a ser condenado em um julgamento criminal, e passou a ser o primeiro candidato por um dos dois grandes partidos do país a concorrer à presidência enquanto declarado criminoso.