O Partido Republicano obteve nesta terça-feira (08) uma vitória indiscutível nas principais disputas em jogo nas eleições de meio de mandato na Flórida, estado que se consolida como reduto conservador a dois anos das eleições presidenciais.
“O povo emitiu seu veredito: a liberdade chegou para ficar”, disse o governador da Flórida, Ron DeSantis, que enfatizou que os republicanos não apenas venceram, mas “redefiniram o mapa político”.
DeSantis venceu seu adversário democrata, Charlie Crist, por mais de 15 pontos e teve mais votos inclusive no condado de Miami-Dade, que era considerado um reduto democrata há 20 anos, reforçando suas chances de ser indicado como candidato presidencial republicano em 2024.
O senador Marco Rubio, apoiado pelo ex-presidente Donald Trump, também renovou seu mandato ao derrotar sem maiores dificuldades a congressista democrata Val Demings.
Tsunami vermelho na Flórida
“Não é uma maré vermelha, é um tsunami vermelho”, declarou o congressista estadual republicano Tom Fabricio, um dos que comemoraram a vitória de DeSantis no Tampa Convention Center (oeste da Flórida), local escolhido pelo governador para se reunir com seus apoiadores.
Fabricio também afirmou aos repórteres presentes no centro de convenções que, se as eleições de meio de mandato são um referendo sobre as políticas do governo de Joseph Biden, os resultados na Flórida atestam seu “fracasso”.
Por sua vez, o governador da Flórida declarou em Tampa que muitos americanos se mudaram para a Flórida porque “cidades e condados governados pelo liberalismo viram um totalitarismo imposto”.
“As pessoas vêm aqui porque nossa política funciona, temos resultados históricos”, garantiu o republicano, que estava acompanhado de sua esposa e três filhos.
Rubio, que escolheu um hotel próximo ao aeroporto de Miami, sua cidade natal, para sua festa de fim de jornada eleitoral, disse que os Estados Unidos são “o maior país do mundo” e que os republicanos “não vão permitir que seja destruído”.
O senador falou em imigração e opinou que “nenhum país pode permitir que seis mil pessoas entrem em suas fronteiras todos os dias”.
Já o presidente do Partido Democrata da Flórida, Manny Diaz, destacou em comunicado que estão “orgulhosos das campanhas árduas” de Demings e Crist e frisou que espera “continuar a trabalhar com eles para criar um futuro melhor para todos os floridianos”.
Mudança de cor
Nas duas últimas eleições presidenciais, em 2016 e 2020, os eleitores da Flórida votaram majoritariamente no republicano Donald Trump, depois de optar por Barack Obama em 2012.
De acordo com os resultados provisórios das eleições de meio de mandato de hoje, os republicanos continuam sendo a opção vencedora na Flórida, estado que durante anos se caracterizou por não ter um padrão fixo de votação.
O dia das eleições transcorreu normalmente e com clima turbulento no leste da Flórida devido à tempestade tropical Nicole, que, segundo as previsões meteorológicas, atingirá a costa leste do estado na noite de quarta-feira ou na manhã de quinta-feira como um furacão.
A jornalista republicana cubana María Elvira Salazar, que manterá sua cadeira na Câmara dos Representantes em Washington após derrotar a democrata colombiana Annette Taddeo, considerou que os eleitores optaram pelos candidatos que priorizam a economia familiar.
Salazar ressaltou que os resultados na Flórida são uma mensagem do povo ao presidente Joe Biden para lhe dizer que não concorda com o rumo do país e prometeu ser uma voz no Congresso para cubanos, venezuelanos e nicaraguenses que estão sob regimes totalitários.
Mario Díaz-Balart, outro congressista cubano-americano do sul da Flórida, também manteve seu mandato.
Porém, nem tudo foram derrotas para os democratas. A deputada Kathy Castor foi reeleita confortavelmente no 14º distrito da Flórida, que cobre uma área da costa oeste da Flórida, ao derrotar o republicano James Judge.
Nesse sentido, a ex-deputada democrata da Flórida Debbie Mucarsel-Powell, de origem equatoriana, disse em um debate após o fechamento das urnas que está claro que os eleitores democratas não saíram para votar como em outras eleições.
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